O Brasil possui mais de 17 mil sindicatos ativos, superando sozinho a soma de países como França, Argentina, México, Estados Unidos e Alemanha. Apesar do fim do imposto sindical obrigatório, a estrutura do país permaneceu altamente fragmentada, com milhares de entidades de pequena representatividade e capacidade limitada de negociação.

Em comparação, os Estados Unidos têm cerca de 300 sindicatos; Argentina, 3,5 mil; México e Canadá, 2 mil e 400, respectivamente. Entre as principais economias europeias, os números são ainda menores: Reino Unido (128), França (100) e Alemanha (80). Nesses países, as representações sindicais são mais unificadas e financeiramente independentes, garantindo maior força política e eficiência nas negociações.

A multiplicação de sindicatos no Brasil é apontada como uma das causas para a queda da taxa de sindicalização, hoje inferior a 9%. O excesso de entidades, muitas vezes sobrepostas e sem estrutura adequada, gerou um sistema caro, burocrático e de pouca influência nas relações de trabalho.

Especialistas defendem que a modernização do sindicalismo brasileiro passa por fusões, profissionalização e transparência. Com representações mais amplas e eficientes, o setor poderia recuperar legitimidade e voltar a atuar como agente de equilíbrio e produtividade na economia.