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A ilusão da soberania: quando proteger aliados vale mais que proteger povos

Revelações de Trump expõem contradições de Maduro e o silêncio de Lula sobre negociações que visam apenas a manutenção do poder

Por Redação com Folha Destra 20/10/2025 12h12
A ilusão da soberania: quando proteger aliados vale mais que proteger povos

O recente relato do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre negociações secretas com Nicolás Maduro expõe a real face de regimes que se dizem defensores da soberania. Segundo Trump, o líder venezuelano ofereceu “tudo” para Washington, não em defesa da Venezuela, mas para garantir a própria sobrevivência política. A imagem do ditador como símbolo antiamericano se desmorona diante da busca por proteção do país que ele afirmava combater.

O discurso de Lula sobre soberania latino-americana, por sua vez, se mostra seletivo. Ao defender Maduro, o ex-presidente não protege o povo venezuelano, vítima da fome, do exílio e da repressão, mas sim um regime em crise. A retórica de soberania, nesse contexto, serve para blindar aliados ideológicos, independentemente de acordos que estes possam fazer com as potências criticadas publicamente.

Maduro, durante anos, apresentou-se como resistente às pressões dos EUA, mas suas ações nos bastidores revelam prioridade pela manutenção do poder pessoal. Entregar petróleo, concessões estratégicas e negociar diretamente com os Estados Unidos mostra que a defesa da soberania nacional é, na prática, subordinada à preservação do regime.

Lula, ao agir como advogado diplomático de Maduro, legitima essas negociações e pressiona outros países latino-americanos a aceitarem a liderança do venezuelano. O foco não é a proteção de cidadãos, mas a preservação do eixo socialista na região, mesmo que isso implique a submissão de aliados às potências que se diz combater.

A retórica da soberania revolucionária, tanto de Maduro quanto de Lula, revela-se um escudo ideológico. Não protege países nem garante liberdade; protege apenas ditaduras e a permanência no poder. Interferência estrangeira é condenável apenas quando ameaça aliados políticos, enquanto acordos de sobrevivência silenciosos são tolerados e até legitimados.

A questão central para o Brasil e a América Latina é se a defesa da soberania se refere de fato aos povos ou apenas aos regimes que governam. A política de conveniência exposta por esses líderes coloca em xeque a coerência de discursos públicos e evidencia que, para alguns, soberania é sinônimo de poder consolidado, não de independência nacional.

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