O setor de bares e restaurantes em Alagoas sentiu os efeitos da crise nacional provocada por casos de intoxicação por metanol em bebidas clandestinas. Em setembro, o estado registrou uma queda de 4,1% no faturamento, em comparação com o mesmo mês de 2024, segundo dados do levantamento Abrasel-Stone. A retração acompanha o cenário negativo observado em quase todo o país.

A crise se agravou com a combinação de fatores econômicos que já pressionavam o setor, como a inflação e a perda do poder de compra das famílias. No entanto, a recente onda de contaminações por metanol, que causou mortes e casos de cegueira em várias regiões do Brasil, gerou um impacto imediato no comportamento dos consumidores, reduzindo o consumo de bebidas alcoólicas em muitos estabelecimentos.

“O medo provocado pelos casos de intoxicação afetou a frequência dos clientes e o ritmo de vendas, especialmente entre pequenos empreendedores”, disse Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em entrevista ao Infomoney.

Entre os 24 estados analisados, apenas Maranhão e Mato Grosso do Sul apresentaram crescimento nas vendas em setembro. As quedas mais acentuadas foram registradas em Roraima (11,5%), Pará (9,9%) e Rio de Janeiro (7,6%). Alagoas aparece entre os estados com recuo intermediário, ao lado de Tocantins (4,1%).

A expectativa da Abrasel é de que os dados de outubro revelem com mais clareza a extensão dos impactos, já que os casos de contaminação se intensificaram no fim de setembro. A entidade projeta uma recuperação lenta, que depende da eficácia das ações de fiscalização e combate à comercialização de bebidas irregulares.