A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (7), uma operação em três cidades do interior de Alagoas para desarticular uma organização criminosa acusada de fraudes no sistema previdenciário e lavagem de dinheiro. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nos municípios de Arapiraca, Coruripe e Porto Real do Colégio. Um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apontado como peça-chave do esquema, foi afastado cautelarmente das funções.

Batizada de "Átropos", a operação contou com apoio do Núcleo de Inteligência da Previdência Social e teve as ordens judiciais expedidas pela 4ª Vara da Justiça Federal de Alagoas. A Justiça também autorizou a quebra de sigilo bancário de oito investigados.

De acordo com a PF, o grupo atuava de forma estruturada e usava o acesso privilegiado do servidor para manipular o sistema do INSS. As fraudes envolviam a reativação de benefícios anteriormente negados ou cancelados, alterações na data de entrada dos requerimentos para gerar pagamentos retroativos elevados e o cadastro irregular de advogados como procuradores, sem a devida documentação, o que permitia o saque dos valores indevidamente liberados.

O prejuízo estimado à Previdência Social já ultrapassa R$ 1 milhão, considerando apenas os pagamentos identificados até o momento. A PF, no entanto, alerta que o valor pode ser muito maior, já que parte dos benefícios fraudados ainda estaria ativa, gerando novos pagamentos mensais.

O servidor investigado foi afastado como medida preventiva para evitar a continuidade das fraudes e garantir a integridade da apuração.