Moradores da Faixa de Gaza pedem que o Hamas aceite o plano de paz proposto pelos Estados Unidos para encerrar a guerra que devastou o território desde outubro de 2023. Segundo reportagem publicada neste domingo (5) pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal, muitos entrevistados responsabilizam o grupo islâmico por prolongar o conflito e agravar a crise humanitária.

A matéria, intitulada “Moradores de Gaza têm um recado para o Hamas: acabem com a guerra agora”, ouviu seis residentes de diferentes regiões do enclave. Todos vivem em condições precárias e relataram perdas familiares, destruição de moradias e a falta de assistência básica.

Uma das entrevistadas, mãe de seis filhos, contou que antes apoiava o Hamas, mas mudou de posição após perder a casa e ver o marido, funcionário do governo local, ser preso por Israel. “O Hamas não se importou com o sofrimento do povo”, afirmou. Ela defendeu a aceitação do plano americano “para que o sangue pare de correr”.

Outra mulher, de 31 anos, deu à luz poucos dias após fugir de bombardeios. Com o bebê internado na UTI e vivendo em um prédio parcialmente destruído, ela declarou: “Não me importo com as armas ou os líderes do Hamas. Só quero que a guerra acabe”.

Desde o início do conflito, mais de 67 mil pessoas morreram em Gaza, segundo autoridades palestinas — número que inclui combatentes e civis. O plano de paz dos EUA prevê a libertação dos 48 reféns ainda vivos (ou mortos) em poder do Hamas, a entrega de armas do grupo, uma administração civil liderada por técnicos independentes e uma força internacional árabe para garantir a segurança.

As negociações devem ocorrer no Egito nesta semana. Apesar de concordarem com o diálogo, o Hamas resiste a entregar seu armamento e exige um cronograma para retirada total de tropas israelenses. Israel, por sua vez, aceita discutir, mas exige a rendição completa do grupo.

De acordo com o Wall Street Journal, os moradores entrevistados veem o plano americano como a única esperança de reconstrução. Para eles, a insistência do Hamas em manter a guerra serve apenas para prolongar o sofrimento da população.