Com o aumento dos casos de sofrimento emocional agravados pelos desafios da vida moderna, a Prefeitura de Maceió passou a oferecer uma alternativa acessível e gratuita para cuidar da saúde mental da população. Em menos de três meses de funcionamento, o primeiro Programa de Teleterapia da capital alagoana já realizou mais de 33 mil atendimentos psicológicos, com 10.903 novos usuários só no mês de junho.

A iniciativa é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e oferece suporte psicológico imediato e sigiloso, todos os dias da semana, sem necessidade de encaminhamento médico. Ao todo, 50 psicólogos atuam no serviço, que pode ser acessado por pessoas de todas as idades.

O agendamento é simples e pode ser feito pela internet, por meio do site teleterapia.org.br ou via WhatsApp, no número (82) 3312-5492. Após o cadastro, o usuário passa por uma triagem com um psicólogo ou assistente, que define o plano terapêutico mais adequado para cada caso. O acompanhamento pode incluir sessões regulares, reavaliação contínua e, quando necessário, alta terapêutica.

“Precisamos cuidar da saúde mental com a mesma seriedade com que tratamos qualquer outra demanda do SUS. E esse programa nos dá a chance de alcançar quem precisa, a qualquer hora, com profissionais capacitados e um acolhimento humanizado”, afirma o secretário de Saúde de Maceió, Claydson Moura.

A teleterapia foi viabilizada com recursos de emenda parlamentar do então senador e atual vice-prefeito e secretário de Infraestrutura de Maceió, Rodrigo Cunha. O programa foi pensado para atender desde adultos com ansiedade e depressão, até jovens em crise vocacional, mulheres sobrecarregadas, pessoas enlutadas ou que enfrentam separações e também para quem busca autoconhecimento, mas não tem condições financeiras ou tempo para frequentar um consultório.

Usuários do programa relatam mudanças significativas após o início do acompanhamento. Uma das primeiras pacientes, identificada como “Ana Paula”, afirma que não acreditava que o serviço funcionaria, mas se surpreendeu com a qualidade e rapidez do atendimento. “Na primeira sessão já senti acolhimento. Hoje estou na sexta, e consigo ver a vida com mais clareza. Ainda estou no processo, mas já vejo mudanças reais em mim”, conta.

Além dos atendimentos online, a população também pode recorrer às cabines digitais de teleatendimento, localizadas no Hospital da Cidade (HC) e no PAM Salgadinho. Os equipamentos são adaptados para garantir sigilo, conforto e acessibilidade.

A Secretaria de Saúde reforça que a proposta da teleterapia é ampliar o acesso à saúde mental na rede pública e reduzir o sofrimento de milhares de pessoas que, por diversos motivos, não conseguiam iniciar um acompanhamento psicológico.