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Com a chegada do frio, cresce número de crianças com infecções no ouvido, alerta hospital alagoano

Com a queda das temperaturas, aumenta o número de crianças atendidas com infecções respiratórias, como gripes, resfriados e rinites. O que muitos pais ainda não sabem é que essas doenças podem evoluir para a otite média aguda, inflamação no ouvido que causa dor intensa e é uma das principais razões para o uso de antibióticos na infância.
No Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo, o crescimento nos casos preocupa profissionais de saúde. A otite costuma aparecer como uma complicação de infecções nas vias aéreas superiores. Isso ocorre porque a tuba auditiva, canal que liga o ouvido médio à garganta, pode ficar obstruída durante um resfriado, impedindo a drenagem das secreções. Esse acúmulo cria um ambiente propício à proliferação de bactérias, levando à inflamação.
Crianças são especialmente vulneráveis por conta da anatomia da tuba auditiva, que é mais curta e horizontal, o que facilita o acúmulo de líquidos. Além disso, o frio contribui para o aumento das infecções respiratórias por diversos fatores: maior permanência em ambientes fechados, o clima seco que resseca as mucosas, e a menor exposição ao sol — que reduz os níveis de vitamina D, essencial para a imunidade.
Os sinais de que uma gripe pode ter evoluído para otite incluem dor de ouvido, febre (mesmo que leve), irritabilidade ou choro persistente, sensação de ouvido tampado, perda auditiva temporária e secreção no ouvido. Em casos mais graves, pode haver perfuração do tímpano.
A boa notícia é que a maioria dos casos pode ser evitada com medidas simples: manter a vacinação em dia (principalmente contra gripe, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo B), lavar as narinas com soro fisiológico em períodos de maior circulação viral, evitar ambientes fechados e a exposição à fumaça de cigarro, além de não oferecer mamadeira com a criança deitada, o que pode favorecer o refluxo de líquidos para o ouvido médio.
Nem toda otite exige o uso imediato de antibióticos. Em muitos casos, especialmente em crianças maiores de seis meses com sintomas leves, a infecção pode regredir espontaneamente. No entanto, o uso indiscriminado de medicamentos ainda é comum. “Ainda ouvimos relatos de pais que usam antibióticos que sobraram de tratamentos anteriores. Isso é perigoso e contribui para a resistência bacteriana”, alerta o médico Paulo Lincoln, que atende na unidade.
O médico também destaca a importância da informação para evitar complicações. “Nosso papel vai além do atendimento. É preciso orientar as famílias, combater a automedicação e reforçar a prevenção, especialmente nas estações mais frias”, afirma.
Com o aumento dos casos e a recorrência dos atendimentos, Paulo Lincoln, acadêmico de medicina que atua na unidade às terças e quintas-feiras, reforça a importância da escuta qualificada às famílias. “Estar em contato com essas situações no estágio só reforça minha vontade de seguir na área de otorrinolaringologia. É uma forma de atuar com prevenção, escuta e cuidado, especialmente com as crianças.”
A relação entre as infecções respiratórias e a otite é conhecida pela medicina, mas ainda passa despercebida por muitos pais. Por isso, especialistas reforçam: sinais de agravamento devem ser levados a sério. Procurar atendimento médico, evitar o uso de medicamentos por conta própria e manter a prevenção em dia são atitudes fundamentais para proteger a saúde dos pequenos — especialmente durante o inverno.
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