A Polícia Civil de Alagoas investiga novos desdobramentos no caso do motorista de aplicativo que forjou o próprio sequestro e incendiou o próprio veículo na tentativa de fraudar um seguro. Além da tentativa de golpe, o suspeito, identificado como Josivaldo dos Santos, poderá responder também por estelionato, após arrecadar doações por Pix com base na história falsa.

Segundo a polícia, após o caso vir à tona no último dia 12, campanhas de solidariedade foram iniciadas nas redes sociais, e pessoas transferiram dinheiro acreditando que Josivaldo havia sido vítima de um crime brutal. Agora, a corporação orienta que quem se sentiu lesado deve procurar a delegacia para registrar boletim de ocorrência.

"Se a pessoa doou dinheiro acreditando em uma situação falsa, ela foi enganada. Isso pode configurar crime de estelionato", explicou a Polícia Civil.

Durante coletiva nesta quinta-feira (17), os delegados Igor Diego e João Marcello confirmaram que o motorista comprou combustível e ateou fogo no próprio carro, que estava com parcelas atrasadas e sob risco de ser apreendido pelo banco. A apólice de seguro do veículo era avaliada em R$ 50 mil e, segundo a investigação, foi acionada no mesmo dia do suposto crime.

Josivaldo chegou a dar entrada na UPA do Benedito Bentes com queimaduras pelo corpo. À polícia, alegou que criminosos haviam ateado fogo nele durante um sequestro. Porém, após investigação e contradições no depoimento, ele confessou ter inventado toda a história.

“Ele teve queimaduras no corpo, no rosto, braços e pernas, e criou essa narrativa para justificar os ferimentos e tentar receber o valor do seguro”, explicou o delegado João Marcello. Josivaldo dos Santos será indiciado por estelionato, comunicação falsa de crime e falsidade ideológica.