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Homem não resistiu aos ferimentos

Família de Rogério Alves pede afastamento de policiais após denúncia de tortura em Santana do Ipanema

Por Redação 14/07/2025 18h06
Família de Rogério Alves pede afastamento de policiais após denúncia de tortura em Santana do Ipanema

A família de Rogério Almir Santos de Lima, de 32 anos, pede o afastamento imediato dos policiais militares suspeitos de envolvimento na morte do homem, ocorrida na última quarta-feira (9), no município de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas. A esposa de Rogério relata que ele foi torturado pelos agentes da PM e não resistiu aos ferimentos. Na noite de domingo (13), o advogado da família, Walisson dos Reis Pereira, gravou um vídeo denunciando supostas falhas na investigação, como ausência de perícia no local do crime, falta de acolhimento de depoimentos de testemunhas e relatos de ameaças a familiares e vizinhos. Ele afirma que, para garantir a imparcialidade, os policiais envolvidos devem ser afastados até a conclusão do processo.

A Polícia Civil de Alagoas, por meio da Delegacia de Homicídios sob o comando do delegado Leonardo Amorim, já abriu inquérito e montou uma comissão de investigadores para apurar os fatos, afirmando que todas as linhas de investigação serão seguidas com celeridade e transparência. Segundo o delegado, diligências estão em andamento e ele mesmo acompanha os desdobramentos do caso. A PM, no entanto, apresentou versão distinta dos fatos: em nota oficial, afirmou que os militares realizavam patrulhamento da Companhia de Caatinga (Copes) quando receberam denúncia de tráfico na Rua Arthur Moraes. Ao chegarem ao imóvel, pessoas fugiram, mas um indivíduo — identificado como Rogério — foi encontrado “se debatendo no chão” e levado ao hospital, onde acabou falecendo. A corporação informou ter apreendido cerca de 200 pedras de crack e frisou que o homem já possuía passagens por homicídio qualificado, tráfico e posse ilegal de arma de fogo.

A esposa da vítima, Maria Ariele, divulgou vídeo em que chora e diz que Rogério foi torturado, sofreu choques elétricos e espancamentos; diz ainda que o laudo do IML confirmou que a morte foi causada por espancamento e nega que ele estivesse envolvido com drogas ou portasse arma. Vizinhos alegam ter ouvido gritos de socorro e detalharam que ele foi amarrado aos pés da cama com fios de televisão que teriam servido para choques elétricos. A divergência entre as versões provoca tensão na região e intensifica a pressão por resultados concretos na investigação.

A defesa solicita urgência na realização de perícia forense no imóvel, coleta dos depoimentos de testemunhas e familiares, afastamento dos policiais até o fim do processo, e atuação da corregedoria da PM e do Ministério Público. Enquanto isso, a Polícia Civil afirma seguir com o inquérito, e a PM mantém sua versão, disponibilizando os resultados das apreensões para reforçar sua atuação. O caso ainda está em fase inicial, e as investigações devem continuar a todo vapor nos próximos dias.

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