A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi tomada nesta quarta-feira (4), após a parlamentar anunciar, no dia anterior, que deixou o país. A inclusão permite que ela seja presa no exterior e extraditada ao Brasil. Na mesma decisão, Moraes determinou a prisão preventiva da deputada, o bloqueio de bens e contas bancárias, inclusive recebimento via Pix, passaportes, além do salário pago pela Câmara dos Deputados, veículos, imóveis, embarcações e aeronaves eventualmente registradas em seu nome.

Zambelli foi condenada por unanimidade a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF no mês passado, acusada de envolvimento em ataques contra o Estado democrático de direito. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a prisão com o argumento de garantir a aplicação da lei penal, e não de antecipar o cumprimento da pena.

O ministro também ordenou que as plataformas Gettr, Meta, LinkedIn, TikTok, X (Twitter), Telegram e YouTube removam os perfis da parlamentar em até duas horas. Caso Zambelli continue a se manifestar pelas redes, diretamente ou por meio de terceiros, a decisão prevê multa diária de R$ 50 mil.

A inclusão de Zambelli contrasta com decisões anteriores da Interpol, que negou pedidos semelhantes contra os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, ambos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No caso de Allan dos Santos, que está nos Estados Unidos desde 2020, a Interpol alegou falta de informações sobre o crime de lavagem de dinheiro. Já Oswaldo Eustáquio teve o nome barrado devido à solicitação de asilo político, prática que inviabiliza a inclusão na lista de difusão vermelha, conforme regras da própria organização.

A lista de difusão vermelha da Interpol é usada para localizar e prender foragidos da Justiça em qualquer um dos 196 países membros da organização. Ela funciona como um alerta internacional, solicitando cooperação policial entre as nações para capturar o procurado.

Com a inclusão de Zambelli, a deputada passa a ser oficialmente considerada foragida internacional, e poderá ser detida em território estrangeiro caso autoridades locais confirmem sua presença.