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Falta de prestação de contas

Arquidiocese de Maceió processa padre suspeito de desviar R$ 3 milhões de projetos

Por Redação 26/05/2025 12h12
Arquidiocese de Maceió processa padre suspeito de desviar R$ 3 milhões de projetos

A Arquidiocese de Maceió ingressou com uma ação judicial cobrando a prestação de contas de R$ 3,1 milhões repassados à Fundação Recriar entre os anos de 2018 e 2024. Os recursos deveriam ter sido destinados à execução de projetos sociais voltados à capacitação e reinserção de pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo dependentes químicos.

A ação foi protocolada no último dia 22 de abril na 6ª Vara Cível de Maceió e tem como réus o padre Walfran Fonseca dos Santos, ex-diretor tesoureiro da fundação, e Ronnie Rayner Teixeira Mota, ex-presidente do conselho fiscal. Ambos são acusados de não apresentar documentos nem relatórios financeiros sobre os recursos oriundos de convênios com o Ministério do Desenvolvimento Social.

Segundo a petição, os ex-gestores não comprovaram o uso dos recursos, mesmo após diversas solicitações. A Arquidiocese afirma que a medida não é criminal, mas cível, e tem como objetivo garantir que os valores sejam justificados corretamente.

A Fundação Recriar, que funcionava no mesmo endereço da Arquidiocese no bairro do Farol, reunia dez comunidades terapêuticas filiadas. O dinheiro deveria ter sido usado em cursos profissionalizantes como marcenaria, padaria, serigrafia, costura e outros, mas parte significativa dos convênios, com valores de até R$ 1 milhão, não teve qualquer prestação de contas.

Mudança de gestão e investigações
Com a renúncia do então arcebispo Dom Antônio Muniz em abril deste ano e a chegada de Dom Carlos Alberto Breis Pereira (Dom Beto), a Arquidiocese promoveu uma reestruturação administrativa, afastando os antigos gestores da Recriar e da Fundação Leobino e Adelaide Motta, além de remanejar diversos padres.

Além dessa ação, o padre Walfran é alvo de outras investigações, incluindo suspeitas de irregularidades na Associação Beneficente Paróquia de Santo Antônio, que teria movimentado cerca de R$ 14 milhões, e de envolvimento em extração irregular de areia em terreno da Igreja em Marechal Deodoro — caso que levou à suspensão da atividade por decisão judicial.

Nota oficial da Arquidiocese - 
Em nota à imprensa, a Arquidiocese reforçou que a ação visa garantir transparência e responsabilidade administrativa, princípios defendidos pela Santa Sé e pelos recentes pontificados. “A ação judicial é necessária diante da ausência de informações e documentos relativos à gestão anterior”, afirma o comunicado.

A instituição também confirmou a rescisão do contrato com a empresa envolvida na extração de areia e o início de uma auditoria minuciosa sobre as atividades econômicas vinculadas às fundações da Igreja.

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