O governador em exercício de Alagoas, Ronaldo Lessa, decretou nesta quinta-feira (22) situação de emergência em seis municípios afetados pelas fortes chuvas que atingem o estado. A medida, formalizada no Palácio República dos Palmares, será publicada em edição suplementar do Diário Oficial do Estado. Os municípios de Coqueiro Seco, Passo de Camaragibe, Rio Largo, São Luís do Quitunde, São Miguel dos Milagres e Marechal Deodoro foram os primeiros a ter a situação anormal reconhecida, com validade de 180 dias.

Segundo boletim da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, mais de 3.100 pessoas já estão fora de suas casas em razão dos temporais. Entre os desalojados (2.517) e desabrigados (653), os municípios de São Luís do Quitunde e São Miguel dos Milagres lideram os registros: o primeiro com 1.588 desalojados e 386 desabrigados; o segundo com 300 desalojados e 100 desabrigados.

O decreto permite que os governos estadual e federal destinem recursos emergenciais para as cidades afetadas. “Esta é uma resposta do Governo de Alagoas para apoiar os municípios atingidos pelas fortes chuvas”, afirmou Lessa.

A secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Kátia Born, informou que uma equipe da Força de Proteção do Sistema Único de Assistência Social (Forsuas) será enviada ao estado, conforme garantido pelo ministro Wellington Dias. A Seades também obteve crédito suplementar para a aquisição de cestas básicas, colchões e materiais de limpeza. Já a Secretaria de Saúde prepara kits de higiene para distribuição.

De acordo com o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Moisés Melo, a medida visa agilizar o atendimento às cidades e a reconstrução de áreas afetadas. “Com o decreto, os municípios podem fazer compras emergenciais e contratar serviços com dispensa de licitação, respeitando os trâmites legais”, explicou.

A população pode colaborar com doações de alimentos, produtos de higiene e roupas, que devem ser entregues na sede da Defesa Civil, na Rua Dr. Ciridião Durval, 85, bairro do Farol, em Maceió.

As chuvas também afetaram o fornecimento de água em 12 municípios, segundo a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). O desabastecimento é atribuído à falta de energia elétrica e a falhas mecânicas nos sistemas de captação e distribuição.

Nível de alerta rebaixado, mas riscos continuam - A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) reclassificou nesta quinta-feira o nível de risco meteorológico em Alagoas de “Alerta Máximo” para “Estado de Atenção”. A mudança foi motivada pela previsão de redução das chuvas no Litoral, Zona da Mata e Baixo São Francisco. Apesar da melhora, o solo encharcado ainda representa risco de alagamentos, transbordamento de córregos e deslizamentos em áreas de encosta. A Semarh segue com o monitoramento em tempo real.