Em depoimento à polícia, Manoel Pedro Tavares de Souza, padrasto de Rhavy Abraão Alves de Lima, de apenas dois anos, relatou que foi acordado entre 9h e 9h40 pelo enteado mais velho, de seis anos, dizendo que Rhavy estava desacordado. Ao ir até o menino, notou que ele não respirava mais e tentou reanimá-lo. "Vi que a fisionomia dele estava fora do normal e pus ele na cama. Comecei a fazer com que a pulsação dele voltasse, mas não voltou", declarou.

O padrasto está preso desde a última terça-feira (13) após o menino ser encontrado morto com sinais de violência no bairro Riacho Doce, em Maceió. A Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva no dia seguinte, quarta-feira (14), após considerar a gravidade do crime.

Ele afirmou que ligou para a mãe da criança por volta das 10h. A mulher, que havia saído de casa entre 6h e 7h, chegou ao local com ajuda de uma viatura da Polícia Militar.

A mãe de Rhavy relatou à polícia que, na noite anterior à morte, deu banho no menino e não viu nenhum hematoma em seu corpo. Já o laudo do IML identificou uma lesão extensa de 12 por 8 centímetros nas costas, além de equimoses na cabeça — sinais de agressões severas.

Quando questionado, o padrasto afirmou ter visto apenas uma mancha roxa na costela da criança, mas negou qualquer tipo de agressão, assim como afirmou que a mãe também não agredia os filhos.

Segundo a polícia, Manoel Pedro já respondeu por tentativa de homicídio na adolescência e tem envolvimento anterior com o tráfico de drogas. “Tudo indica que ele é o autor do crime”, disse o delegado Emanuel Rodrigues.

A investigação, que corre na 7ª Vara da Capital, ainda não apontou indícios de participação da mãe na morte da criança, mas ela segue sendo ouvida no processo.