A Polícia Civil de Alagoas confirmou nesta quinta-feira (8) que investiga a participação de uma segunda pessoa na ocultação do corpo da bebê Ana Beatriz Silva de Oliveira, encontrada morta em 15 de abril no quintal da casa da família, no município de Novo Lino. O caso chocou o estado e ganhou repercussão nacional.

De acordo com o delegado João Marcello, responsável pelo inquérito, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou indícios de que o corpo da criança pode ter sido manipulado e armazenado em outro local antes de ser enterrado. “O laudo técnico nos dá segurança para reforçar a hipótese de que o corpo foi removido. Trabalhamos com a possibilidade de ter sido colocado em ambiente refrigerado”, disse.

A mãe da bebê, Eduarda Silva de Oliveira, foi presa e confessou o crime. Segundo o delegado, ela relatou que tirou a vida da filha, colocou o corpo em duas sacolas plásticas e o escondeu dentro de um armário. Ainda assim, há suspeitas de que alguém a tenha ajudado na ocultação do cadáver. “Estamos investigando se algum parente ou vizinho contribuiu para a ação. A mãe afirma que agiu sozinha, mas o inquérito segue aberto para apurar a possível participação de terceiros”, completou.

Eduarda foi indiciada por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime. A Polícia Civil, por ora, descarta o enquadramento no crime de infanticídio, que prevê pena reduzida em caso de perturbação psíquica durante o estado puerperal.

“Não temos, até o momento, nenhum elemento médico, psicológico ou técnico que comprove que ela estava sob influência do puerpério. Caso isso seja confirmado ao longo do processo, pode haver uma reclassificação penal”, explicou o delegado.

A coletiva de imprensa foi realizada na Delegacia-Geral da Polícia Civil, em Jacarecica, Maceió, e reuniu jornalistas de veículos locais e nacionais.