Notícias

E agora?

Família de Ana Beatriz contesta identificação de corpo encontrado e aguarda resultado de DNA

Estado avançado de decomposição e ausência de características visuais alimentam dúvidas sobre a identidade da vítima

Por Redação 07/05/2025 08h08
Família de Ana Beatriz contesta identificação de corpo encontrado e aguarda resultado de DNA

A família da adolescente Ana Beatriz, de 15 anos, contestou a identificação do corpo encontrado em uma fossa no bairro da Guaxuma, em Maceió, no último sábado (3). A jovem está desaparecida desde o dia 8 de abril, quando foi vista pela última vez saindo do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), no Centro da capital.

A dúvida sobre a identidade do cadáver surgiu após a equipe do Instituto Médico Legal (IML), responsável pela perícia, levantar a possibilidade de o corpo ter um dente escurecido, característica que não se aplicaria a Ana Beatriz, segundo familiares. A informação foi divulgada nas redes sociais pela advogada Júlia Nunes, que representa a família.

A identificação visual foi descartada por conta do avançado estado de decomposição, impossibilitando também a coleta de digitais e a verificação de marcas físicas como uma cicatriz no queixo, relatada pela família. Tentativas de reconhecimento por meio da arcada dentária também foram inconclusivas.

“Levaram os exames de arcada dentária da Beatriz, mas a dentista responsável perguntou se ela tinha um dente escuro. Isso preocupou, porque a Bia não tinha. E sem essa confirmação, não se pode dizer que é ela”, explicou a advogada. Com isso, a família decidiu não solicitar à Justiça a liberação do corpo para sepultamento, temendo enterrar uma pessoa que não seja Ana Beatriz.

Diante do impasse, foi iniciado o processo de identificação por DNA. Foram coletadas amostras do corpo encontrado e de familiares diretos, a mãe e a irmã da adolescente, para análise no Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Maceió. Segundo o perito Clisney Omena, o procedimento exige técnicas complexas de extração devido à saponificação dos tecidos, causada pelo ambiente úmido da fossa. O laudo pode levar até 15 dias para ser concluído.

Além da identificação, a família aguarda esclarecimentos sobre a dinâmica do crime. A advogada afirmou que é fundamental compreender as circunstâncias da morte, pois isso impacta diretamente na definição dos crimes a serem atribuídos ao suspeito já preso. "É preciso saber se foi feminicídio, se houve tortura, e como tudo aconteceu. Isso é essencial para a responsabilização correta do autor", disse.

A Polícia Civil segue investigando o caso e confirmou, em coletiva realizada na segunda-feira (5), que apenas os exames laboratoriais poderão confirmar se o corpo é de Ana Beatriz. Desde o desaparecimento, buscas foram intensificadas e um homem está preso por suspeita de envolvimento.

A família, mergulhada em angústia, ainda alimenta a esperança de que o corpo não seja da adolescente. Até a confirmação definitiva por DNA, o luto permanece suspenso.

WhatsApp

Receba notícias do Em Tempo Notícias no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:

https://chat.whatsapp.com/K8GQKWpW3KDKK8i88Mtzsu