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Auditoria do INSS detectou fraudes em descontos meses antes de operação da Polícia Federal

Uma auditoria interna do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) identificou irregularidades em acordos com entidades associativas oito meses antes de a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem uma operação conjunta para apurar descontos não autorizados em benefícios previdenciários.
O problema está relacionado aos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), que permitem o desconto de mensalidades associativas diretamente dos benefícios pagos pelo INSS. A prática é legal desde 1991, mas os auditores verificaram inconsistências nos processos de autorização desses descontos.
De acordo com relatório da Auditoria-Geral da autarquia, solicitado em maio de 2024 pelo então presidente Alessandro Stefanutto, 90% dos mais de 1,1 milhão de pedidos de cancelamento de descontos entre janeiro de 2023 e maio de 2024 foram motivados pela falta de autorização dos beneficiários.
Em uma amostra de 603 requerimentos analisados, 329 não tinham documentos que comprovassem autorização formal dos aposentados e pensionistas. Em outros 274 casos, a documentação era considerada formalmente válida, mas não garantia que o desconto tivesse sido efetivamente autorizado.
Com base nas denúncias e no crescimento expressivo dos valores movimentados — de R$ 413 milhões em 2016 para R$ 2,8 bilhões em 2024 —, a Operação Sem Desconto foi deflagrada pela PF e resultou no afastamento de dirigentes do INSS, incluindo Stefanutto e Vanderlei Barbosa dos Santos, então responsável pela Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão.
A auditoria concluiu que a prática comprometeu a confiança nas parcerias firmadas e sobrecarregou o atendimento do INSS, que teve de lidar com o aumento de pedidos de cancelamento. Um dos impactos foi o agravamento da já extensa fila de espera por benefícios.
O relatório recomenda a revisão completa dos processos de autorização e cobrança e a suspensão de novos descontos até que as falhas sejam corrigidas — o que não foi feito até o momento da publicação do documento, na segunda-feira (28).
Em reunião do Conselho Nacional da Previdência Social, o ministro Carlos Lupi afirmou que a pasta já investigava o caso desde junho de 2023 e que novas regras para os descontos foram criadas em março de 2024. “Em nenhum momento me omiti. Muito pelo contrário, agimos para tentar conter as fraudes”, declarou.
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