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Taxa de juros no crédito livre atinge 43,7% ao ano em fevereiro; aumento foi maior para famílias

Por Redação com agências 09/04/2025 17h05
Taxa de juros no crédito livre atinge 43,7% ao ano em fevereiro; aumento foi maior para famílias

Em fevereiro de 2025, as taxas médias de juros para famílias e empresas nas concessões de empréstimos no crédito livre subiram para 43,7% ao ano. Esse aumento representa uma elevação de 1,5 ponto percentual (pp) em relação ao mês anterior e de 3,4 pp quando comparado ao mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Banco Central (BC).

O aumento nas taxas de juros acompanha a alta da taxa Selic, atualmente definida em 14,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A Selic é uma das principais ferramentas usadas pelo Banco Central para controlar a inflação, e a justificativa para a elevação dos juros é tentar esfriar a demanda e conter os preços, uma vez que juros mais altos tornam o crédito mais caro e estimulam a poupança, reduzindo o consumo.

Para as famílias, a taxa média de juros no crédito livre atingiu 56,3% ao ano, um aumento de 2,4 pp em relação a janeiro e de 3,6 pp em 12 meses. O principal fator para essa alta foi o aumento nas taxas de juros de modalidades como o cartão de crédito rotativo, que subiu 9,6 pp para 450,6% ao ano, e o crédito pessoal não consignado, que teve uma alta de 6,1 pp, chegando a 105,9% ao ano. O crédito rotativo, uma das formas mais caras de empréstimo, ocorre quando o consumidor paga menos do que o total da fatura do cartão e paga juros sobre o valor não quitado.

Para as empresas, a taxa média de juros no crédito livre foi de 23,9% ao ano, com uma leve redução de 0,2 pp em relação a janeiro. No entanto, em 12 meses, a alta foi de 2,3 pp. A redução no mês foi influenciada pela queda nas taxas de juros de algumas modalidades, como o cartão de crédito rotativo e o capital de giro com prazo de até 365 dias.

O crédito direcionado, que tem regras definidas pelo governo e é voltado para setores como habitação, agricultura e infraestrutura, registrou uma taxa média de 11,2% ao ano em fevereiro. Isso representa uma queda de 0,8 pp em relação a janeiro e um aumento de 1,1 pp no comparativo anual. Para pessoas físicas, a taxa ficou em 10,5%, com uma redução de 0,8 pp no mês, enquanto para as empresas, a taxa caiu 1 pp no mês, mas subiu 1,4 pp em 12 meses, alcançando 13,5%.

O estoque total de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$ 6,486 trilhões em fevereiro, um aumento de 0,4% em relação a janeiro e de 11,8% em comparação ao mesmo período de 2024. As concessões de crédito para as pessoas físicas caíram 4,2%, enquanto para as empresas houve um crescimento de 2,7%. No crédito direcionado, as concessões aumentaram 19,1%, enquanto no crédito livre houve uma redução de 3%.

A inadimplência, medida pela proporção de dívidas vencidas há mais de 90 dias, permaneceu estável em 3,3% em fevereiro. Para as pessoas físicas, a inadimplência foi de 3,8%, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 2,3%. O endividamento das famílias, medido pela relação entre a dívida e a renda anual, subiu para 48,7% em janeiro, com um pequeno aumento de 0,3 pp em relação ao mês anterior. Excluindo o financiamento imobiliário, esse índice ficou em 30,6%.

O comprometimento da renda, que representa a proporção da renda destinada ao pagamento das dívidas, foi de 27,3% em janeiro, marcando um aumento de 0,3 pp no mês e de 1,5 pp em 12 meses.

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