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Expectativas de recuperação

Empresários de Maceió mostram sinais de desânimo com a economia no início de 2025

Por Redação 07/03/2025 14h02
Empresários de Maceió mostram sinais de desânimo com a economia no início de 2025

Os primeiros meses de 2025 não têm sido favoráveis para os empresários do comércio de Maceió, que apresentam uma visão mais pessimista sobre o cenário econômico. De acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), o indicador caiu de 112 pontos, em janeiro, para 106,6 pontos em fevereiro, o que representa uma queda de 4,8%. Esse declínio vem após uma redução de 1,6% no mês anterior, sugerindo uma percepção negativa quanto à redução do consumo e ao impacto nos negócios.

O recuo no índice afetou tanto empresas de grande porte, com mais de 50 colaboradores, que registraram uma queda de 2,3%, quanto as de pequeno porte, com menos de 50 funcionários, que sofreram um recuo mais acentuado, de 4,8%.

No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, os números ainda apresentam um cenário positivo, com um crescimento de 1,7%. Para o assessor econômico do Instituto Fecomércio, Francisco Rosário, a queda na confiança pode refletir um esfriamento gradual da economia brasileira, iniciado no final de 2024. Ele também destaca que, apesar dos dados negativos no curto prazo, existem expectativas mais otimistas para o futuro a longo prazo, o que sugere uma visão mais cautelosa e de recuperação gradual.

Investimentos seguem em alta, apesar da queda no índice de confiança


Apesar da queda no índice geral, a intenção de investimento segue mais forte em relação a 2024. O índice de Condições Atuais, que mede a situação do mercado no momento, teve uma redução de 6% em fevereiro, mas apresentou um crescimento de 10,6% no comparativo anual. Esse aumento pode indicar uma recuperação mais robusta no cenário econômico, especialmente em áreas como concorrência e demanda por produtos ou serviços.

O índice de Expectativas (IEEC), que projeta o futuro imediato das empresas, registrou uma queda de 5,4% em fevereiro, enquanto o índice de Intenções de Investimento (IIEC) teve uma redução de 3,1% no mês, mas cresceu 4,7% na comparação anual. Isso sugere que, apesar do momento difícil, os empresários estão mais dispostos a investir neste ano, especialmente no que tange à contratação de funcionários, que aumentou 6,5% em relação ao ano passado. A previsão de aumento de 7,2% no nível de investimento das empresas também demonstra um otimismo cauteloso.

A análise por segmentos revela variações no desempenho das expectativas dos empresários. O setor de bens duráveis teve uma queda de 5,34% em fevereiro, mas se recuperou em relação ao declínio de 10,4% registrado em janeiro. Já o segmento de semiduráveis teve um impacto mais negativo, com uma queda de 6,78% nas expectativas, após um aumento de 2,4% no mês anterior. O setor de bens não-duráveis, por sua vez, viu uma redução de 2,1% nas expectativas, após registrar um aumento de 3,3% em janeiro.

Apesar dos números negativos, Francisco Rosário ressalta que é importante ter cautela ao interpretar esses dados. O economista explica que as micro e pequenas empresas, que dominam o comércio de Maceió, são mais sensíveis a alterações no ambiente de negócios, o que pode explicar a volatilidade nos indicadores. Para ele, esses números não refletem necessariamente os fundamentos da economia local, mas sim a fragilidade dos pequenos empresários diante de mudanças no mercado.

Rosário também observa que os bens duráveis e semiduráveis são mais afetados pela alta dos juros, que aumentaram desde o último trimestre de 2024, enquanto os bens não-duráveis são mais impactados pela renda e pela inflação, cujos efeitos vêm sendo sentidos desde o segundo semestre do ano passado. Esses fatores são determinantes para a dinâmica econômica atual e explicam parte do comportamento observado nos números.


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