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MP e Polícia Civil descobrem mais de R$ 300 mil em casa de ex-prefeito alagoano acusado de forjar atentado

O Ministério Público e a Polícia Civil apreenderam mais de R$ 300 mil em espécie na residência do ex-prefeito alagoano José Aprígio, do Podemos, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Os valores, que não tinham origem comprovada, foram encontrados durante a "Operação Fato Oculto", realizada na semana passada. A defesa de Aprígio afirma que o político provará em breve que o dinheiro está devidamente declarado em seu imposto de renda.
Aprígio, que concorria à reeleição, está sendo investigado por suspeita de ter simulado um atentado contra ele mesmo, uma semana antes do segundo turno das eleições municipais de 2020. O caso gerou grande repercussão política, mas não impediu sua derrota nas urnas. Seis tiros atingiram a blindagem do carro do ex-prefeito, e ele foi ferido de raspão no ombro esquerdo por estilhaços de um fuzil AK-47. Aprígio foi internado e se recuperou, enquanto o motorista, um secretário responsável pela segurança dele, e um cinegrafista que estavam no carro não sofreram ferimentos. Em pouco tempo, um vídeo editado do ataque foi divulgado pela equipe de comunicação do ex-prefeito.
A ação policial que resultou na apreensão do dinheiro visava cumprir mandados de busca e apreensão nas residências de Aprígio e de outras 15 pessoas, todas investigadas por suspeita de envolvimento na contratação dos atiradores para o atentado.
Em colaboração premiada, o atirador Gilmar Santos revelou que ele e mais três comparsas receberam R$ 500 mil para simular o ataque. Segundo ele, o ex-prefeito teria solicitado um "susto" que gerasse grande repercussão midiática, como se tivesse sofrido um atentado real. "O prefeito sabia", afirmou Gilmar na gravação. Ele e Odair Júnior de Santana foram os responsáveis pelos disparos no carro de Aprígio. Depois, o veículo foi incendiado em Osasco, na Grande São Paulo. As comunicações entre os executores e os mandantes ocorreram por meio de telefonemas de intermediários: Anderson da Silva Moura, o "Gordão", e Clóvis Reis de Oliveira.
Investigados - Além do ex-prefeito, três de seus secretários também estão sendo investigados: José Vanderlei Santos (Transportes), Ricardo Rezende Garcia (Obras) e Valdemar Aprígio da Silva (Manutenção e irmão de José Aprígio). O sobrinho do ex-prefeito, Cristian Lima Silva, também é mencionado nas investigações.
Caso a participação de todos seja confirmada, as acusações podem incluir associação criminosa, tentativa de homicídio, incêndio e adulteração de placas de veículos. Se condenados, os envolvidos podem enfrentar penas de até 30 anos de prisão. Gilmar, Odair e Jefferson Ferreira de Souza são réus no caso. Os dois últimos estão foragidos, com mandados de prisão temporária. Gilmar, por sua vez, teve sua colaboração homologada pela Justiça, e poderá obter redução de pena caso seja condenado.
Anderson e Clóvis ainda não foram denunciados. Anderson está preso, enquanto Clóvis segue foragido. Outros investigados tiveram seus celulares apreendidos durante as buscas e serão analisados pela polícia. O fuzil utilizado na simulação ainda não foi localizado.
O ex-prefeito José Aprígio não foi localizado para comentar as acusações. Em nota, seu advogado afirmou que ele é inocente e que, ao final, será provada a sua versão de que ele foi vítima da situação. "Não é crível que uma pessoa de 73 anos estivesse disposta a colocar sua vida em risco para alterar o resultado de uma eleição", declarou o advogado Allan Hassan. A defesa de Gilmar não foi localizada, e, por meio de nota, a defesa de Odair Júnior ressaltou que ele segue com presunção de inocência.
Já a defesa de Ricardo Rezende Garcia alegou que seu cliente é vítima de um erro nas investigações e que ele está colaborando com as autoridades para esclarecer o caso. A defesa de Anderson também negou qualquer envolvimento com os demais investigados e contestou as provas apresentadas, que se baseiam principalmente na colaboração premiada de Gilmar.
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