O cineasta Cacá Diegues, falecido aos 84 anos na madrugada desta sexta-feira (14), deixa como um de seus maiores legados o longa inédito Deus ainda é brasileiro. A produção, que é uma sequência do sucesso Deus é Brasileiro (2003), está em fase de finalização e tem estreia prevista para outubro de 2025.

Duas décadas após o lançamento do primeiro filme, Deus ainda é brasileiro traz Antonio Fagundes de volta ao papel de Deus. A nova narrativa se aprofunda em uma trama ainda mais dramática, onde uma rebelião celestial ameaça a humanidade, levando um meteoro a ser enviado com a missão de extinguir a vida na Terra, como resposta à insatisfação divina com o rumo do planeta. A obra reflete sobre questões sociais, culturais e ambientais contemporâneas, com destaque para a relação com os povos originários.

Filmado em Alagoas, o longa destaca a importância da equipe local, composta por 70% de profissionais da região, incluindo elenco e produção. Além de Fagundes, o elenco conta com Otávio Müller, Bruce Gomlevsky, Neuza Borges e Márcio de Paula.

A produção é assinada pela LC Barreto, de Luiz Carlos e Lucy Barreto, uma parceria consolidada entre Diegues e a produtora, que também foi responsável por Bye Bye Brasil. O roteiro de Deus ainda é brasileiro foi escrito por Cacá Diegues em colaboração com João Emanuel Carneiro, autor de novelas icônicas como Avenida Brasil.

O primeiro filme da franquia, Deus é Brasileiro, foi baseado no conto O santo que não acreditava em Deus, de João Ubaldo Ribeiro, e conquistou 1,6 milhão de espectadores, se tornando um dos grandes êxitos da carreira de Diegues. A produção foi aclamada pela crítica, e Wagner Moura, que atuou ao lado de Fagundes, levou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por sua atuação. Além disso, o filme foi indicado a diversas categorias, como melhor som, fotografia e direção de arte no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, e teve uma nomeação a melhor filme no Festival de Cartagena, na Colômbia.