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Marcola e Marcinho VP

Trégua entre PCC e Comando Vermelho surpreendente autoridades e o mundo do narcotráfico

Por Redação com agências 13/02/2025 14h02
Trégua entre PCC e Comando Vermelho surpreendente autoridades e o mundo do narcotráfico

Os líderes das duas maiores facções criminosas de narcotraficantes do Brasil, Marco Willian Herbas Camacho, o Marcola, do PCC (Primeiro Comando da Capital), e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, do CV (Comando Vermelho), firmaram uma trégua que promete impactar profundamente o tráfico de drogas no país. A informação foi confirmada por diversos veículos de comunicação, incluindo o UOL e o Metrópoles, após a revelação de fontes ligadas às facções.

A negociação, que envolve lideranças do PCC e do CV, foi confirmada por cinco fontes de diferentes estados do Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Ceará e Amazonas. Entre essas fontes, uma tem ligação direta com Marcinho VP.

O promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya, explicou ao UOL que, desde a transferência de Marcola e outros líderes do PCC para o sistema penitenciário federal em 2019, já havia a intenção de estabelecer uma trégua. Segundo ele, a colaboração entre as facções visa enfraquecer os controles do sistema penitenciário federal e permitir que os traficantes possam operar com mais liberdade.

A trégua tem dois objetivos principais: o primeiro é pressionar pela flexibilização das regras do sistema penitenciário federal, onde Marcola e Marcinho VP estão detidos há anos. O segundo é uma aliança estratégica para atuar nas duas principais rotas de tráfico de cocaína do Brasil: a rota caipira, controlada pelo PCC, que começa na Bolívia e atravessa o interior paulista até chegar ao porto de Santos, com destino à Europa e África, e a rota do Solimões, na região amazônica, dominada pelo CV.

Fontes locais em Fortaleza, onde o CV tem uma forte presença, confirmaram que, na quarta-feira (12), houve uma intensificação das ordens de não ataque aos membros do PCC nas periferias da cidade. Relatos semelhantes foram identificados por agentes federais nos estados do Norte e Nordeste, regiões onde o CV atualmente tem uma presença territorial mais dominante.

A inteligência de Segurança Pública do Amazonas também confirmou a trégua entre as facções no estado. Contudo, algumas regiões ainda estão marcadas por conflitos armados, principalmente nas áreas de interesse estratégico para ambas as facções.

Nos últimos anos, o PCC e o CV travaram uma guerra sangrenta pelo controle do narcotráfico no Brasil, com destaque para o projeto de expansão do PCC por todo o território nacional. Esse avanço gerou confrontos com criminosos locais e com o próprio CV, o que desencadeou uma série de massacres, com destaque para o episódio de Manaus, em 1º de janeiro de 2017, quando 56 membros do PCC foram assassinados por detentos da Família do Norte (FDN), aliada do CV, no maior presídio da capital amazonense.

Agora, com a trégua entre as facções, o cenário de violência e disputas territoriais pode assumir um novo rumo, com possíveis impactos no controle das rotas de tráfico e na segurança pública do país.

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