Duas crianças trocadas no dia do nascimento são criadas por outras famílias e a verdade sobre o "erro" vem à tona depois de anos. Essa sinopse já foi vista por vezes na ficção como base de novelas e filmes, mas em Alagoas, mais precisamente em dois municípios das região Agreste, esse drama é uma realidade e tem obrigados duas famílias a recalcularem suas rotas.

O início dessa história que ao invés de filme virou caso de polícia foi em fevereiro de 2022, quando duas mulheres chegaram para dar à luz no mesmo dia no Hospital Regional de Arapiraca (HRA). As gestantes eram uma mulher de Craíbas e outra de São Sebastião, essa última grávida de gêmeos, que voltou para casa com a criança da outra paciente, enquanto um dos gêmeos foi parar em Craíbas, onde mora com a mãe de criação desde então.

A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) confirmou que há um inquérito instaurado para investigar a troca dos bebês, que hoje têm quase três anos. A investigação foi iniciada a pedido do Ministério Público Estadual (MPAL), que foi procurado por uma das mães das crianças trocadas.

“Recebemos o ofício do Ministério Público pedindo para que fosse instaurado o inquérito policial por uma troca de bebês em Arapiraca, no Hospital Regional. Iniciamos as apurações, já foram ouvidas testemunhas, enfermeiros, médicos, funcionários e essa investigação segue em curso", detalhou a delegada responsável pelo caso, Maria Fernandes Porto.

A Polícia Civil diz que o caso está sendo apurado com rigor, "garantindo a integridade da investigação e justiça para todas as partes envolvidas".

"Até o momento, não temos indício de crime que tenha porventura acontecido, mas estamos em andamento porque é uma investigação muito detalhada. São dois anos após o fato, então temos que tratar o caso minuciosamente para que tudo seja esclarecido e esse inquérito seja remetido à Justiça", acrescentou a delegada.