Neste domingo (13), o perfil oficial das lojas Havan e do seu proprietário, Luciano Hang, divulgaram um vídeo nas redes sociais que expõe suspeitos de furtos ocorridos nas lojas durante o mês de setembro, com um dos casos registrado em Maceió. As imagens mostram um homem retirando produtos de um carrinho de compras e ensacando-os em uma sacola plástica antes de deixar o local.

O vídeo, com narração e legendas, chama os suspeitos de “amostradinhos” e avisa que quem tentar roubar na Havan "será pego e ainda ficará famoso". A empresa reforçou que todas as suas 180 lojas possuem sistemas de segurança com alta tecnologia e inteligência artificial, que monitoram e registram qualquer atividade suspeita.

A divulgação dos vídeos, no entanto, gerou questionamentos sobre a exposição pública de suspeitos. A advogada Ana Júlia Moreira, em entrevista ao site Pequenas Empresas Grandes Negócios, alertou para a violação de direitos garantidos pela Constituição Federal, como a inviolabilidade da imagem, honra e a presunção de inocência. Ela destacou que essa exposição pública gera um "julgamento pelas redes sociais" sem o devido processo legal.

Em resposta, a Havan afirmou que sempre aciona a Polícia Militar e registra boletins de ocorrência após os incidentes, e que a medida de expor os suspeitos visa inibir futuros crimes. Segundo Luciano Hang, a exposição pública é necessária para combater a reincidência dos furtos, mesmo com processos judiciais em andamento. "Isso tem que acabar. As pessoas precisam saber que não ficarão impunes", declarou Hang.

A discussão levanta questões sobre o equilíbrio entre a prevenção de crimes e o respeito aos direitos individuais, especialmente no ambiente digital.