O reitor titular do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Juan Delpino, admitiu nesta segunda-feira (26) a existência de irregularidades nas eleições presidenciais que comprometeram o resultado que proclamou a vitória de Nicolás Maduro. Em sua primeira manifestação pública sobre o assunto, Delpino criticou a falta de transparência e veracidade no processo eleitoral.

Delpino revelou que desde o dia seguinte à votação de 28 de julho, ele manteve uma posição de discordância em relação ao que considerou uma manipulação dos resultados. Ele denunciou a ausência de transmissão dos resultados no encerramento das votações, atribuída a um suposto hackeamento, e o fechamento de locais de votação com a remoção de testemunhas da oposição.

O reitor do CNE afirmou que essas falhas constituem uma violação direta dos princípios de equidade e do direito dos eleitores de acessar as atas de votação. Ele também destacou que especialistas internacionais concordaram que os padrões de transparência e legalidade não foram cumpridos.

Após a decisão do Supremo Tribunal venezuelano que ratificou a vitória de Maduro, Delpino pediu desculpas aos cidadãos venezuelanos por não ter conseguido garantir um processo eleitoral amplamente aceito. A CNN tenta obter uma resposta do governo da Venezuela sobre as declarações de Delpino.