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El Niño e alterações climáticas favorecem aumento de casos de dengue
Calor e chuvas intermitentes facilitam proliferação do Aedes

Especialistas apontam que as alterações climáticas relacionadas ao fenômeno El Niño estão contribuindo para o aumento das infestações pelo mosquito Aedes aegypti e para a explosão de casos de dengue registrados em diversas regiões do Brasil. A combinação de altas temperaturas e chuvas intermitentes cria condições ideais para a proliferação do vetor da doença.
O infectologista Antonio Carlos Bandeira, graduado pela Universidade Federal da Bahia e responsável pela descoberta do vírus Zika no Brasil, destaca que um corredor climático que se estende do Centro-Oeste e desce pela porção oeste das regiões Sudeste e Sul tem contribuído não apenas para o aumento de casos de dengue no Brasil, mas também em países vizinhos como Paraguai e Argentina. Segundo Bandeira, esse corredor de calor, com precipitação pluviométrica intensiva, tem facilitado a disseminação do Aedes aegypti.
"O Aedes aegypti se reproduz mais rapidamente e vive mais quando a temperatura é elevada. Calor e chuva intermitente são a combinação principal para a dengue", afirma Bandeira, explicando que essas condições climáticas favoráveis estão contribuindo para um aumento expressivo dos casos.
O infectologista Kleber Luz, consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para dengue, acrescenta que o El Niño eleva a temperatura do mar e do continente, impactando diretamente o aumento do número de mosquitos, sua reprodutibilidade e seu tempo de vida. Com as mudanças climáticas, a proliferação do mosquito se intensifica, resultando em um aumento tanto no número de casos como na expansão geográfica da dengue.
"Não só haverá um aumento no número de casos, mas também uma expansão da área de incidência da dengue. Regiões que anteriormente tinham poucos registros, como o Sul do Brasil, agora figuram entre as mais afetadas", alerta Luz. O estado do Paraná, por exemplo, já contabiliza quase 17 mil casos e quatro mortes provocadas pela doença desde julho.
Em relação aos sintomas da dengue em 2024, Bandeira esclarece que a doença permanece a mesma, mas as mudanças climáticas aumentam significativamente o número de casos. O aumento na incidência, por sua vez, leva a um crescimento proporcional de casos graves, resultando em mais internações e potencialmente mais óbitos.
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