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Baianos celebram 200 anos da batalha conhecida como Independência do Brasil na Bahia

Neste domingo (2) os baianos comemoram uma data histórica. O Estado celebra os 200 anos de uma batalha vitoriosa, que ficou conhecida como a Independência do Brasil Na Bahia.
O secretário de Turismo Luís Maurício Bacellar Batista espera que, neste ano, por ser o bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, a festividade restrita aos baianos possa se consolidar em todo o território brasileiro.
"O 2 de julho foi quem consolidou a independência do brasil, foi uma luta do povo baiano e nós, há 200 anos, mantemos essa tradição de, no 2 de julho, sair às ruas para comemorar esta vitória que foi do Brasil, mas feita pelo povo baiano. As nossas expectativas é que neste ano, por ser bicentenário a gente consiga consolidar para todos os brasileiros a importância dos baianos para a independência do Brasil", comentou.
HISTÓRIA
Na madrugada de 2 de Julho de 1823, a cidade de Salvador amanheceu quase deserta: o exército Português deixou em definitivo a província da Bahia. Dizem* que o dia nasceu bonito, sem as chuvas de junho. O sol brilhou!
Os baianos conhecem esta data como sendo a Independência do Brasil na Bahia, que celebra a vitória dos brasileiros na guerra travada na então província da Bahia, por mais de 17 meses (de fevereiro de 1822 a julho de 1823) contra as tropas portuguesas. Com a vitória do Exército e da Marinha do Brasil na Bahia, consolidou-se a separação política do Brasil de Portugal.
Sendo assim, com base nos estudos de Luís Henrique Dias Tavares, historiador, professor emérito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o 07 de setembro de 1822 é uma data simbólica, não se tratando da real data da independência do Brasil, até porque um pedaço enorme do país (região Nordeste) ainda não era independente.
Este assunto é curioso e até mesmo polêmico para quem não é da Bahia. O fato é que talvez você nunca tenha parado para imaginar o que aconteceu na guerra da independência na região Nordeste, com características muito diferentes da maneira como o Brasil foi separado de Portugal.
O 2 de Julho ficou na reverência patriótica dos baianos que, desde então, estabeleceram a tradição de comemorá-lo anualmente com a repetição da entrada do Exército Pacificador na cidade de Salvador. Você já conhecia esta história? Então vem com a gente e melhor ainda, programe-se para conhecê-la ao vivo, participando da festa!
Diferentes pontos de vista
Esta matéria conta a história através das explicações do que acontece nas ruas da cidade durante o cortejo do 2 de julho. Além de Luís Henrique Dias Tavares, três figuras interessantes fazem relatos que nos fazem entender melhor essa comemoração.
Marisa Vianna, uma das maiores fotógrafas da Bahia vem fotografando o 2 de julho há quase 20 anos. Sua grande característica é fazer registros documentais com leveza e poesia, dando movimento, calor e sentimento a cada instante capturado por sua lente. Suas imagens e histórias nos inspiraram a ir para a rua e entender de fato o que é a Independência do Brasil na Bahia.
“(…) conseguir transmitir o sentimento é o que me move. (…) conseguir levar a emoção a outra pessoa.”, Marisa Vianna conta sobre seu caminho de quase 40 anos de trabalho.
Com informações preciosas e discurso afiado, Jaime Nascimento, dá uma verdadeira aula sobre o assunto. Ele é Bacharel em História pela Universidade Católica do Salvador – UCSale associado do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), onde também é Coordenador de Cultura e Membro do Comitê Editorial.
Sobre a cerimônia que acontece em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, Dona Cosma Pereira de Miranda explica a relação da Irmandade do Rosário com a festa. Ela é secretária da Ordem Terceira e, há 24 anos, é Irmã do Rosário. Para quem não sabe, esta é uma irmandade católica apostólica romana de cunho africano.

Do começo – O Fogo simbólico e Te Deum** na Basílica
O primeiro passo é o fogo simbólico que representa a união dos povos que lutaram pela independência. O fogo é aceso no dia 30 de junho na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Cachoeira, no recôncavo baiano. Neste mesmo dia, também é celebrado o Te Deum pela Independência do Brasil na Bahia, uma louvação na Catedral Basílica de Salvador, no Terreiro de Jesus, Pelourinho (que em 2022 aconteceu na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, também no Pelourinho).
O rito do fogo simbólico é representado por uma chama em uma tocha que percorre diversas cidades sendo passada de mão em mão por atletas amadores, oficiais do exército, atletas profissionais, artistas e líderes políticos com destino à cidade de Salvador, no bairro de Pirajá, onde se acende uma pira no dia 01 de julho.
Para entender melhor a história, foi nesta igreja, lá em Cachoeira, que no dia 25 de junho de 1822, durante a celebração do Te Deum, que a escuna canhoneira enviada pelo Brigadeiro Português Madeira de Melo para fechar o porto da cidade disparou o primeiro tiro contra a vila, e assim a guerra se desencadeou. Por este motivo, o Fogo Simbólico sai de lá.
Foram brasileiros que, de fato, libertaram a cidade de Salvador, com armas em suas mãos, começando em Cachoeira, Santo Amaro, Maragogipe, São Francisco do Conde, Nazaré das Farinhas, Jaguaripe, Saubara, formando um exército em frangalhos. Depois, eles se juntaram aos brasileiros que desceram lá de Caetité e de outras partes do sertão e da Chapada.
*BNEWS e www.salvador.com.br
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