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Especialista alerta sobre a importância do acompanhamento profissional do autismo
Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o TEA afeta uma em cada 160 crianças no mundo
Dificuldade de comunicação, deficiência no domínio dos códigos de linguagem convencionais para uso social, dificuldade de socialização, repetição e restrição no padrão comportamental. Essas são algumas características do Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido com autismo, que, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta uma em cada 160 crianças no mundo.
Neste sábado (02), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, data estabelecida no ano de 2007 com o objetivo de difundir informações para a população sobre o autismo, diminuindo o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno.
No entanto, mesmo após 15 anos de existência da data anual, Natália Costa, psicóloga e diretora do CENSA Betim, instituição referência nacional nos cuidados a indivíduos com a condição, lembra que é preciso reforçar a importância do acompanhamento profissional.
“Acredito que muitas pessoas não sabem, mas o autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que pode ser identificado logo na primeira infância para iniciar a estimulação precoce que vai ajudar o desenvolvimento do indivíduo. A situação afeta a comunicação e pode comprometer até mesmo a capacidade de aprendizado da criança, além da sua adaptação a ambientes e situações diferentes das habituadas”, explica.
Segundo a especialista, as causas são variadas, por isso o diagnóstico é importante para a família até o encaminhamento profissional. “O fato é que existiam alguns estudos que consideravam o transtorno como resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas. Todavia, isso foi uma hipótese que se mostrou totalmente errônea. A tendência atual é admitir que existe múltiplas causas para o autismo, entre elas cito os fatores genéticos, biológicos e os ambientais. Lembro que o diagnóstico pode trazer sofrimento para a família, principalmente se ele não vier acompanhado de um apoio, informações e orientações acerca do que é o TEA e quais características a criança apresenta em maior ou menor grau”, salienta.
O autismo não é uma doença, mas uma condição que pode evoluir satisfatoriamente mediante intervenção correta. “O TEA é dividido em três graus distintos: Grau 1 (leve), no qual as pessoas se mostram mais autônomas nos diversos contextos do dia a dia, alcançando independência e desenvoltura social com pouca intervenção profissional. Geralmente compreendem e cumprem regras e rotinas de casa com autonomia, vão driblando as dificuldades, estudam, trabalham e podem constituir família. Já os indivíduos com autismo moderado (grau 2), demandam mais apoio para se socializar, pois tendem a apresentar pouca iniciativa para interagir. Já no autismo severo (grau 3), os indivíduos apresentam dificuldades mais acentuadas e maiores comprometimentos, tendo iniciativa muito limitada e grande dificuldade para conversar e expressar o que desejam. Nesses casos, a comunicação é mínima e pode haver comprometimento da fala, precisando da ajuda de um mediador. É comum que o autismo venha acompanhado de deficiência intelectual e epilepsia. Nessas situações, o quadro clínico é ainda mais difícil”, finaliza a psicóloga.
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