A sessão no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados foi marcada por um impasse nesta quinta-feira, com um pedido de vista coletiva que adiou a votação da representação preliminar contra o deputado André Janones (Avante-MG). O parlamentar está sob acusação do PL por suposta quebra de decoro parlamentar, envolvendo um esquema de rachadinha em seu gabinete.

O processo, desencadeado a partir de áudios divulgados pela imprensa, onde Janones supostamente solicita o repasse de parte dos salários de seus assessores para financiar campanhas eleitorais, retornará à pauta na próxima semana.

O relator da representação, Guilherme Boulos (PSOL-SP), apresentou parecer pelo arquivamento do processo, argumentando que os eventos ocorreram em 2019, antes do atual mandato de Janones, e invocou jurisprudência anterior do colegiado em casos similares.

No entanto, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) pediu vista, alegando que as denúncias não foram de conhecimento público na legislatura anterior. "Não tinha conhecimento, só foi ter conhecimento quando ele já estava no seu segundo mandato de deputado federal", destacou.

Boulos contestou, citando reportagens que datam de 2021 e 2022, evidenciando que o assunto já estava em pauta. "Não foi um fato novo que eventualmente teria traído o voto daqueles que elegeram o deputado Janones. Quem vai averiguar se ele cometeu ou não o crime, quem vai averiguar isso é a Justiça", ressaltou.