No último sábado (11) um bombardeio da Força Aérea do Sudão atingiu o Hospital Pediátrico Babiker Nahar, apoiado por Médicos Sem Fronteiras (MSF), em El Fasher, Darfur do Norte. O ataque resultou no desabamento do teto da unidade de terapia intensiva (UTI), levando à morte de duas crianças e ao menos um cuidador que estavam no local.

O hospital, uma das poucas instalações de tratamento especializado para crianças em operação desde o início do conflito na região, atendia 115 pacientes. O incidente ocorreu após combates intensos entre forças governamentais e paramilitares da Força de Apoio Rápido (FAR) na sexta-feira, que resultaram na evacuação quase total dos pacientes para o Hospital do Sul, também apoiado por MSF.

Michel-Olivier Lacharité, coordenador de operações de emergência de MSF, expressou sua preocupação com a tragédia: "Duas crianças que estavam recebendo tratamento em nossa UTI do hospital pediátrico, assim como um cuidador, foram mortos como resultado de danos colaterais após um ataque aéreo das Forças Armadas do Sudão."

Ele destacou a importância vital do hospital na região: "Era um dos poucos hospitais infantis que restavam em toda a região de Darfur. Recebíamos transferências de toda a região de Darfur devido à falta de recursos em outros lugares."

Além das vítimas fatais, os combates resultaram na morte de mais 25 pessoas que estavam em estado crítico e foram levadas ao Hospital do Sul na sexta-feira.

A tragédia ressalta a urgência de proteger instalações médicas e civis em áreas de conflito, conforme previsto pelo Direito Humanitário Internacional. MSF faz um apelo às partes em conflito para garantir a segurança da população e facilitar o acesso à ajuda humanitária.