No epicentro de uma crise diplomática na América Latina, o México e o Equador protagonizam um embate tenso após a invasão da embaixada mexicana em Quito para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador e figura polêmica do país andino.

A detenção de Glas sob acusações de corrupção levou o México a suspender suas relações com Quito, classificando a incursão na embaixada e a prisão como um ato "autoritário" e uma violação do direito internacional e da soberania mexicana.

O episódio provocou reações contundentes de governos latino-americanos, com o Brasil, Colômbia, Argentina e Uruguai unidos em críticas à ação equatoriana. A incursão na embaixada, onde Glas buscava refúgio desde dezembro, foi considerada uma clara violação das normas internacionais.

A escalada da tensão levou o México a reiterar sua condenação pela violação da imunidade da embaixada e do ataque ao seu pessoal, enquanto o Equador defendeu a legalidade da prisão de Glas, argumentando que as proteções de asilo eram ilegais diante das acusações de corrupção que enfrentava.

Enquanto as autoridades mexicanas condenaram veementemente a ação equatoriana, a Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou ao diálogo para resolver a disputa crescente, ressaltando a necessidade de cumprir os tratados internacionais, incluindo aqueles que garantem o direito ao asilo.

Glas, condenado duas vezes por corrupção, estava na embaixada mexicana desde que solicitou asilo político, um pedido atendido pelo México na sexta-feira. As autoridades equatorianas tentaram, sem sucesso, obter permissão do México para entrar na embaixada e prender Glas, que alega ser vítima de perseguição política.

A crise evidencia as tensões políticas e jurídicas na região, enquanto o Equador enfrenta pressão internacional pela incursão na embaixada mexicana e o México defende seu direito soberano de conceder asilo político. O desfecho desse impasse permanece incerto, mas a disputa continua a chamar a atenção de governos e organizações internacionais.