No último sábado (6), aos 91 anos, o renomado escritor e desenhista Ziraldo Alves Pinto faleceu em seu apartamento no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro, devido a causas naturais, conforme confirmado pela sua família. Sua morte marca o fim de uma era para o mundo da literatura infantil e da arte brasileira.

Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 1932, Ziraldo começou sua carreira aos 7 anos, quando teve seu primeiro desenho publicado no jornal Folha de Minas. Após mudar-se para o Rio de Janeiro em 1949, construiu uma carreira multifacetada, destacando-se como desenhista, escritor, apresentador e jornalista.

Ao longo dos anos, Ziraldo recebeu diversas premiações por seu trabalho, incluindo o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e dois Prêmios Jabuti de Literatura, em 1980 e 2012.

Além de suas contribuições para a literatura infantil, Ziraldo também se destacou politicamente, utilizando sua arte como forma de resistência à ditadura militar. Fundou e dirigiu o famoso periódico O Pasquim, que se tornou um símbolo de oposição ao regime militar. Sua atuação política rendeu-lhe prisão e perseguição por parte do governo.

Sua criação mais conhecida, o Menino Maluquinho, inspirado em seu próprio filho, tornou-se um ícone da literatura infantil brasileira, dando origem a livros campeões de vendas, filmes de sucesso e adaptações para teatro e televisão.

Em setembro de 2018, Ziraldo sofreu um AVC, interrompendo sua produção criativa. Seu estúdio, onde trabalhou por 70 anos, está sendo transformado no Instituto Ziraldo, em sua homenagem.

Atualmente, uma exposição interativa sobre os desenhos de Ziraldo está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, celebrando sua trajetória e contribuições para a cultura brasileira. A mostra, intitulada "Mundo Zira - Ziraldo Interativo", tem previsão de encerramento em 13 de maio deste ano.