No domingo (21), cerca de 200 fazendeiros, mobilizados pelo Movimento Invasão Zero, promoveram um ataque armado contra a retomada do território tradicional Caramuru-Catarina Paraguassu, ocupado pelos Pataxó Hã-Hã-Hãe, no município de Potiraguá, Bahia.

O ataque ocorreu sem decisão judicial de reintegração de posse, resultando na morte de Maria Fátima Muniz de Andrade Pataxó Hã-Hã-Hãe, conhecida como Nega. Os indígenas acusam os fazendeiros e a Polícia Militar da Bahia pelo assassinato, decorrente de uma operação ilegal convocada pela milícia "Invasão Zero".

"Nega foi atingida por disparos de arma de fogo e tombou com seu maracá em mãos, cercada por fazendeiros e os policiais sem prestar socorro", relata um indígena. Além da morte de Nega, o cacique Nailton Pataxó Hã-Hã-Hãe foi atingido, e outros indígenas foram baleados.

Os fazendeiros, apoiados por uma milícia, convocaram centenas de pessoas para uma "reintegração" ilegal. A Polícia Militar da Bahia estava presente, mas relatos indicam que não impediram a violência.

Em nota à imprensa, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) repudiou os atos como criminosos e exigiu investigações sobre a conduta da PM baiana. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) foi instado pelo CIMI a tomar medidas urgentes contra a violência dirigida aos Pataxó Hã-Hã-Hãe. O território retomado pelos indígenas faz parte do Varadouro Vasconcelos, reivindicado há décadas.

O Conselho expressou sua solidariedade aos Pataxó Hã-Hã-Hãe e lamentou “a morte de Nega, instando as autoridades a garantir que esse crime não fique impune.”

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