Geral
Refugiados encontram no domínio de idiomas estrangeiros a chave para o emprego formal no Brasil

O Brasil abriga mais de 60 mil refugiados de diversas nacionalidades, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Com o aumento dos pedidos de refúgio, especialmente devido à intensificação da Guerra de Israel, a barreira do idioma tornou-se um obstáculo significativo para aqueles que buscam se estabelecer no país. Entretanto, uma reviravolta positiva está acontecendo: o setor de telesserviços, voltado para mercados externos e operações bilíngues/trilíngues, emerge como uma oportunidade crucial para a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho formal.
De acordo com a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), o setor emprega atualmente mais de 2.000 refugiados no país, e esse número tem potencial para aumentar. Com mais de 1,4 milhão de trabalhadores formais, o setor concentra-se especialmente em jovens, mulheres e negros, proporcionando inclusão e diversidade. Empregar refugiados, muitos dos quais dominam idiomas estrangeiros, não é apenas uma resposta à vocação inclusiva do setor, mas também atende a uma demanda de mercado.
Antônio Guilherme Noronha, presidente da ABT, destaca que a atuação das empresas de telesserviços no exterior tem gerado uma demanda crescente por colaboradores fluentes em outros idiomas. "Arelação do setor com os refugiados é uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que temos ajudado a transformar a vida destas pessoas, elas têm nos ajudado a ganhar um importante mercado”, conclui.
Histórias de sucesso
No cenário desafiador do mercado de trabalho para refugiados, histórias de sucesso emergem como exemplos inspiradores. Kiria Flores, refugiada da Venezuela, encontrou no telesserviço uma oportunidade transformadora. Inicialmente chegando ao Brasil em 2019, Kiria enfrentou desafios econômicos e trabalhou como bartender no Rio de Janeiro. Com a pandemia, mudou-se para São Paulo e, por meio das redes sociais, descobriu uma oportunidade na Foundever, empresa global de experiência do cliente.
Hoje, Kiria é supervisora de operações em uma multinacional de eletrônicos, atendendo clientes da América Latina. Ela destaca a democracia do setor, que não exige experiência prévia, investindo na qualificação de seus colaboradores. Além de reconstruir sua própria vida, Kiria trouxe sua mãe e sobrinha para o Brasil, proporcionando a elas benefícios e educação.
Outra história inspiradora é a de Marianny Carrera, venezuelana que passou por quatro refúgios antes de se estabelecer no Brasil. Com apenas o ensino médio, Marianny encontrou na Teleperformance uma oportunidade de carreira. Após passar por treinamentos, ela agora é uma Expert em Interação Bilíngue da empresa, prestes a se tornar supervisora e iniciar sua jornada acadêmica no campo do marketing.
O setor de telesserviços oferece não apenas empregos, mas uma oportunidade real de reconstrução de vidas para refugiados, que superam desafios linguísticos para se destacarem em suas carreiras.
WhatsApp
Receba notícias do Em Tempo Notícias no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:
https://chat.whatsapp.com/K8GQKWpW3KDKK8i88MtzsuComentários
Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Em tempo Notícias ou de seus colaboradores.
últimas
-
UNIÃO DOS PALMARES
Serra da Barriga; depois de 7 meses da tragédia, ônibus será retirado do local
-
Oportunidade de regularização
Caixa lança campanha com até 90% de desconto para clientes quitarem dívidas
-
Gás Natural Veicular
Uso de GNV em veículos pesados avança em Alagoas prometendo economia e menor impacto ambiental
-
Salário atrativo
Sine Maceió tem 90 vagas para operador de produção com atuação fora do estado
-
Homenagem
“Voa, Juju, voa”: pai de Juliana Marins publica carta emocionante após morte da filha em trilha na Indonésia