Antes da entrevista na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, Joeferson Marinho recebeu um abraço do vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Yohansson Nascimento. Campeão dos 200 metros T46 nos Jogos de 2012, Yohansson apontou para a medalha de bronze de Joeferson nos 100m T12 e afirmou com confiança: "Em Los Angeles [2028], você vai mudar a cor dela. Pode ter certeza. Você vai ganhar daqueles caras."

O sorriso no rosto de Joeferson refletia o impacto da "benção" recebida. Treinado por Pedro Almeida, técnico de Petrúcio Ferreira, tricampeão paralímpico, o paraibano sente-se inspirado: "Para mim, é uma honra. Dá mais motivação para continuar, focar... isso me trouxe uma alegria para trabalhar bastante, chegar em Los Angeles e trazer uma medalha que represente tudo isso que ele falou para mim."

O caminho até aqui não foi fácil. Joeferson, que nasceu com albinismo, sonhava em ser jogador de futebol, mas acabou encontrando no atletismo sua verdadeira vocação, com conquistas expressivas em Mundiais. Em Tóquio 2021, sua estreia paralímpica, ele ficou em quarto lugar, mas agora, em Paris, a história é outra. "Hoje eu sou o terceiro melhor atleta do mundo da minha classe e estou bastante feliz por isso", celebrou.

A jornada de Joeferson, marcada pela resiliência e pelas palavras de apoio de figuras importantes no esporte, promete continuar em ascensão até Los Angeles 2028.