Enfileirando tubos num dia de mar clássico em Teahupoo, palco das Olimpíadas, Italo Ferreira sagrou-se campeão da etapa da World Surf League (WSL) três semanas após participar dos resgates nas enchentes no Rio Grande do Sul.

Italo se juntou a outros surfistas profissionais nas áreas mais críticas de Porto Alegre e regiões adjacentes, ajudando nas missões de socorro. O surfista de Baía Formosa (RN) chegou ao Rio Grande do Sul no dia 8 de maio e dedicou cerca de uma semana às operações de ajuda.

O campeão olímpico e mundial leiloou 17 pranchas, arrecadando mais de R$ 100 mil em apenas uma hora, além de colocar recursos próprios para auxiliar as vítimas. Ferreira também disponibilizou jet-skis e carros 4x4, essenciais para os resgates, seguindo o exemplo de Pedro Scooby, Lucas Chumbo e outros especialistas em ondas gigantes que já estavam no local.

Em homenagem às vítimas das enchentes, Italo usou pranchas com a bandeira do Rio Grande do Sul em Teahupoo. Pouco depois de deixar as operações de resgate, o surfista chegou ao Taiti e postou no Instagram: "Tô com vocês, RS!".

Italo Ferreira, o primeiro e único campeão olímpico de surfe, conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio 2021, a estreia da modalidade nas Olimpíadas. No entanto, ele não conseguiu se classificar para os Jogos de Paris 2024. O Brasil será representado por Gabriel Medina, Filipe Toledo e João Chianca no masculino, e Tati Weston-Webb, Luana Silva e Thainá Hinckel no feminino.

A vitória em Teahupoo impulsionou Italo Ferreira na briga pelo título da WSL em 2024, levando-o à quinta posição no ranking. Os cinco primeiros colocados disputarão o "Finals", torneio em Trestles (EUA) que define o campeão mundial de surfe.