Economia
Safra de grãos 2024/25 promete recorde histórico
Produção de arroz e soja impulsiona crescimento, com expectativa de 322,47 milhões de toneladas no Brasil
A produção de grãos no Brasil deve atingir um novo recorde na temporada 2024/25, com crescimento estimado em 8,3%, totalizando 322,47 milhões de toneladas, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (15) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse aumento representa 24,5 milhões de toneladas a mais em comparação ao ciclo anterior. A área destinada à produção também crescerá, chegando a 81,34 milhões de hectares, um acréscimo de 1,9%.
"O trabalho em conjunto entre os produtores e o governo federal está sendo essencial para alcançarmos essa previsão de safra histórica", afirmou Edegar Pretto, presidente da Conab. Ele destacou que, com o apoio de novas políticas agrícolas, o Brasil pode voltar ao patamar de maiores safras de arroz da sua história.
Arroz e feijão com alta na produção
A área de plantio de arroz deve aumentar em 9,9% em relação ao ciclo anterior, com destaque para o Centro-Oeste, que ampliou suas áreas de cultivo em 33,5%, e o Sudeste, com alta de 16,9%. A produção estimada de arroz é de 12 milhões de toneladas, recuperando o volume da safra 2017/2018.
O feijão também terá alta na área semeada, passando para 2,88 milhões de hectares. “A maior elevação ocorre na primeira safra da leguminosa, com uma alta de 2,3%, resultando em 947,3 mil toneladas de produção”, informou a Conab. No total, a produção de feijão no Brasil deve alcançar 3,26 milhões de toneladas, um aumento de 0,5%.
Soja e milho: recuperação e exportações
A soja, principal grão produzido no país, também verá expansão, com um aumento de 2,8% na área destinada ao cultivo, apesar do atraso nas chuvas no Centro-Oeste. A produção estimada é de 166,05 milhões de toneladas. Com essa produção, as exportações de soja devem chegar a 105,54 milhões de toneladas, puxadas pela demanda global, especialmente da China.
No caso do milho, a expectativa é de recuperação da safra em 3,5%, com a produção estimada em 119,74 milhões de toneladas. No entanto, a primeira safra do cereal deve apresentar uma leve queda de 1,1% na produção, totalizando 22,72 milhões de toneladas.
“O mercado interno de milho segue aquecido, em função da demanda por proteína animal e etanol. Esperamos exportar 34 milhões de toneladas na safra 2024/25, um volume expressivo que reforça nossa competitividade”, afirmou a Conab.
Impacto no trigo
As adversidades climáticas, especialmente no Paraná, afetaram a produção de trigo, reduzindo a estimativa de safra para 8,26 milhões de toneladas. A falta de frio e as geadas em agosto prejudicaram o cultivo, o que pode levar a uma valorização dos preços do cereal no mercado doméstico.
“A valorização do trigo está sendo influenciada tanto pelo clima adverso em grandes regiões produtoras como também pelos conflitos geopolíticos”, destacou a Conab.
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