A safra de tomate industrial brasileiro enfrenta um revés em 2024, retrocedendo às marcas de dois anos atrás, conforme aponta a análise da Tomate BR, associação do setor. Fatores como condições climáticas desfavoráveis e o aumento da presença de pragas, especialmente a mosca branca, são apontados como os principais responsáveis pela queda na produtividade das lavouras em todo o país.

"O ano de 2023 foi um dos mais rigorosos da última década com o tomate e este ano as projeções eram mais otimistas, porém estamos enfrentando diversas dificuldades", explica Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR.

O impacto do evento climático El Niño e a alta proliferação da mosca branca vêm minando a expectativa de um crescimento significativo na produção. As altas temperaturas nos primeiros meses do ano facilitaram a disseminação de viroses, exacerbando os danos às plantações. "Com isso, as primeiras lavouras sofreram sérios danos e algumas tiveram até mesmo que ser erradicadas", acrescenta Breternitz.

As adversidades climáticas se somaram às chuvas intensas em março, dificultando o transplante das mudas e reduzindo a área de cultivo em algumas regiões. "Os produtores perderam muitas mudas ainda em viveiro, devido a este atraso no transplante. E alguns reduziram o espaço do plantio justamente para não adentrarem suas colheitas em meses de maiores riscos climáticos", explica o executivo.

Diante desse cenário, a projeção para a safra de tomate industrial 2024 indica uma recuperação lenta, com números de produção e área cultivada próximos aos de 2022. A incerteza persiste, especialmente considerando a iminência do fenômeno climático La Niña no segundo semestre, que promete trazer consigo fortes chuvas, representando mais um desafio para os produtores do país.