A produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) está ganhando impulso no Brasil, com Alagoas emergindo como um protagonista significativo tanto nacional quanto globalmente. O grupo alagoano da Usina Coruripe alcançou um marco ao obter o certificado que autoriza a venda de etanol como matéria-prima para a indústria de bioquerosene de aviação.

"Esta conquista é crucial para ampliar nossa presença no mercado global de SAF e impulsionar a economia sustentável do estado", afirma João Silva, representante da Usina Coruripe.

Apenas cinco usinas brasileiras possuem o cobiçado certificado ISCC Corsia Plus. Além da Usina Coruripe, destacam-se as plantas industriais de Raízen, São Martinho e BP Bunge. A comercialização de etanol para indústrias de SAF, conhecido por reduzir até 80% das emissões em comparação com o querosene tradicional, está condicionada à obtenção desta certificação.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o SAF pode ser produzido a partir de várias fontes, incluindo biomassa, óleos vegetais, gordura animal e gases residuais.

O destaque do Setor Sucroenergético na matriz energética alagoana é evidente. De acordo com dados do Balanço Energético de Alagoas (Beal), o estado tem 87% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis, liderada pela cana-de-açúcar com 47%.

"A busca por energias renováveis é uma prioridade em Alagoas, e estamos comprometidos em atrair investimentos para impulsionar ainda mais este setor", destaca Alice Beltrão, secretária de Desenvolvimento.

O documento disponibilizado pela Superintendência de Políticas Energéticas da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics) revela que o estado está implementando ações para ampliar o uso de biomassa, incluindo eucalipto e milho.

Para Bruno Macedo, superintendente de Políticas Energéticas, os dados do Beal refletem o potencial significativo de Alagoas na produção de energia renovável. "Alagoas já é um exemplo de descarbonização e há espaço para expandir ainda mais nossa oferta de energia limpa", conclui Macedo.