A arte e a cultura alagoana amanheceu de luto com a partida do arquiteto e artista plástico Beto Normande. Ele estava em tratamento e lutou duramente pela vida contra o câncer.

Para os amigos e familiares o artista descansou. Vai deixar saudades pelo que representava enquanto intelectual de vanguarda e comprometido com a causa ambiental.

Enquanto arquiteto, viveu sem preocupação ou foco no mercado comercial, como destacou um velho amigo dos tempos de estudante, o arquiteto Pedro Cabral.

“Nós entramos no curso de arquitetura no mesmo ano e fomos alunos dos professor José Geraldo Marques e da professora Zélia Nobre. Por isso mesmo, fizemos tarefas e trabalhos juntos”, disse Pedro.

“A notícia da morte nos deixou, nós seus contemporâneos, muito triste”, destacou Cabral. Segundo ele, Beto Normande era um profissional de um traço elegante, de uma criação mais leve e solta no desenho arquitetônico e nos quadros que pintava.

“Eu conheci na sala de aula na Ufal e logo percebi que ele era diferenciado no traço que criava. Fazia a apresentação dos trabalhos com habilidade e encantava a turma com a capacidade e a competência que tinha em expor sua criação a partir da prancheta”, recorda Pedro Cabral.

Pelo entrosamento em sala de aula e pelas criações, Normande e Pedro, foram designados pela professora Zélia, enquanto estagiários, para fazer reestruturação arquitetônica, com responsabilidade histórica, do Hotel Colonial de Penedo.

Já como freelance, “trabalhamos juntos na elaboração do Plano Diretor de Arapiraca. Enquanto rabiscávamos na prancheta tínhamos como som ambiente o primeiro disco do paraibano Zé Ramalho. Avohai era a música preferida”, disse.

Para Pedro Cabral, o importante é manter as melhores lembranças de um talento que Alagoas perdeu e de um homem que carregava consigo o selo perene da dignidade

*eassim.com.br