Ministros estão em Alagoas para fazer o ‘recall’ do mesmo problema

Os ministros que estão em Alagoas vêm ao Estado pela primeira vez (na condição de ministros), mas para sobrevoarem os mesmos locais que os antecessores já sobrevoaram, para fazerem as mesmas observações, indicar os mesmos procedimentos e anunciar a liberação de mais recursos, da mesma fonte: o Governo Federal.
Um dos ministros é o alagoano, de Murici, Renan Filho, que conhece, como poucos, os porquês das enchentes que têm tirado vidas e arrasado com as vidas de milhares de famílias em praticamente 1/3 do Estado. Renan Filho sabe os porquês desde que nasceu, porque Murici sofre com enchentes desde 1962. De lá pra cá teve as de 1990, 2000, 2010, 2022 e 2023. Ou seja: ele sabe do problema desde que era apenas filho de Renan Calheiros. Depois passou a ser corresponsável, porque foi prefeito de Murici por dois mandatos, deputado federal e governador por dois mandatos. Sinceramente, para ser justo, o Ministro Renan Filho não precisa sobrevoar por Murici, nem pelas outras 31 cidades afetadas pelo descompromisso da política dominante das Alagoas.
A estada dos ministros Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional e Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome será, assim como sempre foi, um circo. Eles não têm culpa pelo trágico espetáculo, mas farão a graça de milhares de desabrigados e desalojados que, mais uma vez, tiveram que sair às pressas de suas residências, muitos deles, apenas com a roupa que vestiam.
Alagoas deve receber mais de R$ 1 bilhão, que serão gastos (que é diferente de investidos) para corrigir um problema que tem sido recorrente há mais de meio século. Fazem parte desse combo a pobreza, moradias precárias, oportunidade profissional escassa, índices sociais semelhantes. Estamos na África Subsaariana.
A culpa pelas catástrofes não é apenas de Renan Filho, que não corrigiu (EM DEFINITIVO) o problema, nem de Renan Calheiros, que domina a cena política do Estado há décadas. Essa conta deve ser imputada aos que comandam grupos dominantes e aos que fazem oposição (burra).
O RECALL dos ministros e o dinheiro federal que virá para Alagoas será, mais uma vez, um paliativo – com prazo de validade... até o próximo inverno.
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