Qual o jogo dessa torcida que agride o craque Vini Jr.?
Mesmo para quem não acompanha o futebol, nem tem simpatia pelo ludopédio, é impactante a cena de um estádio inteiro tentando insultar um jogador por uma razão única, exclusiva: racismo. E emblemática é essa cena ocorrer no dito “primeiro mundo”.
Vini Júnior, brasileiro, craque desde criança, foi brilhar na Europa cedo, aos 16, contratado por uma fortuna inferior apenas ao pago pelo passe do Neymar, segundo a BBC e a TNT esportes, num investimento europeu na ordem de € 45 milhões.
Enfim, o cara é um tesouro. Mas para parte da torcida espanhola, o jovem brasileiro de 23 anos não passa de um macaco, um primata, um ser inferior – na visão dessa turma que se esgoela para exprimir seu racismo a todos pulmões.
Não é anormal a hostilização de craques por parte de torcidas adversárias em nenhum lugar do mundo, mas na velha e culta Europa, base da chamada “civilização cristã-ocidental”, o racismo tem sido o instrumento de agressão mais comumente utilizado.
Racismo, assinale-se, agora centrado na questão da herança africana. Durante séculos o criminoso preconceito racial do europeu branco teve como alvo preferencial a comunidade judaica, sobrepondo aí ódios étnicos, religiosos e sociais.
Embora monopolizado por europeus brancos, o horror do tráfico de escravos tirados da África se deu essencialmente nas Américas, ficando aqui mais concentrada a carga de violência racial em relação à negritude, com mais força nos Estados Unidos e no Brasil.
Nos últimos tempos a velha e cultíssima Europa descobriu, ou redescobriu, o racismo em sua modalidade antiafrodescendente. Detalhe: o termo “macaco” foi usado fartamente também para atacar brancos, como Darwin (e os evolucionistas), ainda no século XIX.
Estamos vivendo um momento histórico de reavivamento das teorias e práticas da velha extrema-direita internacional, sendo resgatadas do lixo mais apodrecido as teses negacionistas, racistas, supremacistas, machistas, armamentistas...
Não é à toa que símbolos nazistas são usados com desenvoltura, como na Ucrânia com seu “Batalhão Azov”, na proliferação de cruzes gamadas no Brasil, e no retorno dos elogios a Hitler mundo afora. O ataque a Vini Jr. faz parte desse cenário de horror.
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