13 de março, 1964: o comício mais famoso da história do Brasil
13 de março de 1964 – Realizado o grande comício pelas Reformas de Base, ou Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, com a presença do presidente da República, João Goulart, em meio às principais lideranças sindicais. Era uma sexta-feira.
Os organizadores mais otimistas sonhavam com o comparecimento de algo como 50 mil pessoas, multidão gigantesca para os padrões da época. O resultado foi algo como o triplo do esperado, com todas as áreas livres nas proximidades da Estação Central do Brasil totalmente apinhadas de gente. Um sucesso que assustou a extrema-direita.
Desde 1954 a extrema-direita se preparava para um golpe de Estado, que chegou na bica de acontecer naquele ano, mas foi frustrado pelo gesto extremo do presidente Getúlio Vargas, se matando para impedir a quartelada iminente. Juscelino Kubitscheck, eleito na sequência como presidente da República, sofreu duas tentativas de golpe, sendo uma antes da própria posse. E o próprio Jango teve de driblar uma arapuca armada para impedir que assumisse (na condição de vice) o mandato deixado vago pela renúncia de Jânio Quadros, em 1961.
Nos meios militares não havia consenso sobre o golpe naqueles idos, embora os principais expoentes fardados fossem golpistas desde sempre. Uma minoria de oficiais resistentes dificultava o plano de assaltar o poder à mão armada, mas os conspiradores se articulavam com muito mais intensidade.
Gigantesco, o Comício da Central do Brasil elevou a constipação antidemocrática nos intestinos golpistas. Afinal, era um defluxo de 10 anos e as tripas direitistas, civis e militares, estavam inturidas ao extremo e aceleraram para sua defecação, que aconteceria em 1º de abril, mas aí é tema para outro comentário no dia adequado.
Voltando ao ato da sexta-feira, 13 de março de 1964, centenas de milhares de pessoas se apinharam em torno do palanque armado no largo da Estação Central do Brasil para ouvir o presidente João Goulart, o Jango – como era mais conhecido. No mesmo palco, a primeira-dama Maria Thereza Goulart, além de monstros sagrados como Leonel Brizola e Luiz Carlos Prestes, o além do jovem presidente da UNE, José Serra.
As tais Reformas de Base – como se pode ler em https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/reformas-de-base/– eram “um conjunto de medidas que objetivavam reestruturar as instituições políticas, jurídicas e econômicas do país. Pretendia-se, por meio dessas reformas, atenuar o quadro de desigualdade social do país, contudo, sem ultrapassar os marcos do liberalismo político e econômico. Entre as principais Reformas de Base estavam: a agrária, a administrativa, a constitucional, a eleitoral, a bancária, a tributária (ou fiscal) e a universitária (ou educacional)”.
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