Política não é poder, é liderança
George Santoro entrou no radar da mídia nacional. Se é verdadeiro que “onde há fumaça, há fogo” o secretário de Estado da Fazenda está no meio do fogo cruzado, que envolve uma série de interesses alimentados pela política que não ajuda Alagoas a se libertar de alguns dos piores índices da vida humana, que vão desde a qualidade de viver com dignidade, aos serviços de saúde pública, educação, oportunidades de trabalho, fome e sede. É surreal como um Estado tão pequeno suporta toda essa carga.
E não diga que é porque temos Renan Calheiros, Renan Filho, Arthur Lira, uma bancada federal unida, uma Assembleia Legislativa com altivez, prefeitos comprometidos e vereadores presentes e atuantes. Política DEFINITIVAMENTE não é poder, é liderança.
Num campo macro, por que Lula voltou a presidência da República? Elimine tudo o que disseram e provaram contra ele; Lula era o único capaz de disputar com Bolsonaro, que tinha o poder nas mãos e um exército comprovadamente eficaz. De Tarcísio de Freitas, em São Paulo, ao General Mourão, no Rio Grande do Sul, o poder resolveu quase tudo para Bolsonaro, mas a soma de lideranças devolveu a Lula o controle da nação.
Aqui em Alagoas, com menor intensidade e impacto, acontece a mesma coisa. Temos poderosos no controle e comando, mas ao estender as mãos, conta-se em uma delas quem podemos chamar de líder, independente do lado em que esteja.
Alagoas não pode retroceder. Avançamos junto com o Brasil, mas mais que gigantes como São Paulo e Rio de Janeiro e dos vizinhos Pernambuco e Sergipe, antes referência em tudo. Hoje não mais.
Li, certa vez, que os conceitos de liderança e poder estão relacionados, embora sejam bastante diferentes entre si. As formas de obter poder são muitas, e incluem uso da força, capacidade de iludir, esperteza, estratégia, suborno, estabelecimento de alianças, bajulação e até mesmo capacidade de liderança.
Poder e liderança podem — e devem! — andar juntos. Foi assim que Marcelo Victor deu a volta por cima ao perder o controle do União Brasil. Construiu uma aliança improvável e levou seu grupo para conquistar maioria no Parlamento e o Governo do Estado.
O estágio de George Santoro é de alerta. O de Alagoas também, só que pelo conflito PERMANENTE entre política, poder e liderança.
A saída de Santoro, se consumada como está sendo gerida, revela um novo ciclo. Esse é o nó.
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