Descubra os significados das cinco posições em que os cachorros dormem
Você já parou para pensar nos significados das posições em que os cachorros dormem? Um peludo dormindo a sono solto indica que ele confia no local em que está – e nas pessoas que estão à sua volta. A maneira como eles se deitam pode revelar muitas coisas.
Com o corpo enrolado, escondendo o focinho, de barriga para cima. São muitas as posições do sono e todas elas atraem as atenções dos tutores. Não por acaso, fotos de cachorros dormindo ocupam várias páginas nas redes sociais. Não há problemas: os cachorros não se incomodam com essas exposições da privacidade.
O sono dos cachorros
O importante é que as posições sejam confortáveis e que garantam um sono relaxante e restaurador das energias. No dia a dia, os cachorros desempenham diversas funções e dormir de maneira adequada é fundamental para manter a saúde física e emocional.
Além da maneira como dormem, os cachorros também fornecem dicas sobre o estado geral enquanto estão “nos braços de Morfeu”. Eles podem esticar as patas, remexer o corpo inteiro e até emitir latidos, rosnados e ganidos. Tudo isso é absolutamente normal, desde que não prejudique o descanso.
Os movimentos e vocalizações indicam quase sempre que o cachorro está sonhando e, assim como as crianças pequenas, ele se sacode como se estivesse realmente vivenciando as situações. Os sonhos caninos refletem cenas do cotidiano e é possível que eles revisitem alguns aprendizados, para fixá-los melhor, enquanto estão dormindo.
O sono, pelo menos em tese, não parece fazer muito sentido. Inconscientes, os animais ficam expostos a predadores e podem sofrer acidentes. De qualquer forma, todos nós dormimos. A atividade (ou falta dela) serve para restaurar as energias, apesar de o organismo continuar consumindo calorias.
É certo que, na fase N-REM (não REM, sem movimentos rápidos dos olhos, na sigla em inglês, que indicam a ocorrência dos sonhos), a atividade dos neurotransmissores se reduz e o sistema nervoso faz uma espécie de faxina.
As posições em que os cachorros dormem
Os cachorros dormem bastante. Os filhotes chegam a passar 18 horas dormindo – intercaladas com muitos momentos de vigília, explorações e brincadeiras, enquanto os adultos podem ficar inconscientes entre 12 e 14 horas diárias.
As posições do sono podem servir como indicadores para os tutores. Basta observar as sonecas dos cachorros e, com alguma prática, identificar se está tudo em ordem ou se alguma coisa está errada com os peludos.
Não há um experimento científico capaz de confirmar o significado das posições do sono. As conclusões apresentadas a seguir se baseiam no “conjunto da obra”: o relacionamento com os humanos da família, as preferências dos cachorros e a maneira como eles despertam.
Nenhuma posição, por outro lado, é capaz de indicar sozinha a presença de alguma doença ou mal-estar. Resta aos tutores apenas velar pelo sono dos cães, verificar eventuais alterações na respiração e nos batimentos cardíacos e principalmente conferir como eles se comportam durante a vigília.
1) Dormindo de lado
Geralmente, esta é a posição dos períodos mais longos de sono – quase sempre à noite, uma vez que os cachorros adaptaram o relógio biológico às atividades humanas. Eles permanecem com a coluna vertebral ereta e as pernas esticadas ou semiflexionadas.
A posição é excelente. A musculatura fica totalmente relaxada e os órgãos do tórax e do abdômen encontram espaço suficiente para manterem as atividades metabólicas básicas. O ventre parcialmente exposto fica ventilado e garante o conforto térmico tanto nas noites mais quentes, quanto nas mais frescas. O cachorro só procura esconder a barriga quando está sentindo frio.
Os tutores também podem descansar sossegados. Com esta posição, o cachorro está “informando” que está feliz e tranquilo, sentindo-se confiante no ambiente, seja ele qual for. O sono se torna mais reparador.
Uma dica para os tutores: para dormir de lado, com a coluna vertebral ereta, o cachorro precisa de espaço suficiente – um pouco maior do que o comprimento do tronco e pescoço, até o alto da cabeça. Vale a pena investir em uma caminha confortável.
2) Dormindo de barriga para baixo
É a posição adotada para cochilos curtos. É comum ver os cães mais atentos ao movimento descansando deitados com a barriga para baixo. Isto vale tanto para um pastor alemão em exercício, quanto para um chihuahua preocupado com o bem-estar da família.
Assumindo esta posição, eles conseguem se erguer rapidamente e retomar o tensionamento muscular, caso surja uma emergência – que, para os peludos, pode ser um carro freando bruscamente, um vizinho passando pelo corredor ou um passarinho cruzando o espaço em frente à janela.
Apoiado sobre as pernas e com a barriga para baixo, o cachorro pode estar apenas recuperando as forças depois de uma corrida ou uma atividade mais intensa. É a forma de os peludos avisarem: “estou só dando uma cochilada, já, já estou pronto para brincar mais”.
O cachorro também pode aproveitar e esticar as pernas traseiras, assumindo a famosa posição “super-herói”. É uma forma de retomar os movimentos com ainda mais rapidez e também, no caso dos muito encalorados, de encostar a barriga e as faces internas das coxas no piso frio.
Para os cães encalorados, no entanto, em pouco tempo o chão se aquece e as trocas de temperatura (entre o corpo e o piso frio) perdem parte da eficiência. Por isso, recomenda-se a aquisição de um tapete gelado, recheado com um gel que pode resfriar os peludos em até cinco graus centígrados.
3) O cachorro-bolinha
É a posição “enrolada”, com a coluna vertebral envergada e o focinho tocando a cauda ou a região genital. É uma maneira de o cachorro dormir de conchinha com ele mesmo. É um jeito comum entre filhotes e idosos, mas todos os cães podem adotar a posição nos dias mais frios.
Com o focinho protegido, o ar que é aspirado já chega aquecido às vias respiratórias superiores e isto aumenta o conforto térmico do cachorro. O tórax e o abdômen ficam protegidos – a posição também serve para o cachorro se proteger de eventuais ataques.
A posição é facilmente verificada entre os filhotes: em um ninho, pode-se observar uma série de bolinhas de pelo enroladas junto ao corpo da mãe. É ideal para os dias quentes e, ao observá-la, o tutor pode cobrir o cachorro com um cobertor, sem medo de exagerar na proteção.
4) De barriga para cima
Quando a saudade chega, “eu me vingo dela tocando viola de papo pro ar”, diz uma antiga canção (“De Papo pro Ar”, de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano). A posição remete a isto: o cachorro está literalmente “de papo pro ar”.
Na natureza, os animais dificilmente permitem a visão do ventre. Os predadores, especialmente os felídeos, costumam atacar as suas vítimas diretamente no abdômen: é uma forma eficaz de matar a caça rapidamente – e, ainda por cima, aproveitar os vegetais contidos nas vísceras nos herbívoros. Morder a barriga é “pegar a parte do leão” de forma bastante literal.
Como se pode notar, dormir com a barriga para cima, de papo para o ar, revela a extrema confiança do cachorro. Lá está ele, regalado, dormindo sem se preocupar com o amanhã. Onde mais seria possível tal relaxamento, a não ser ao lado dos melhores amigos?
Dormir de barriga para cima também é uma boa opção para refrescar o corpo, mas a opção não é observada na natureza, nem mesmo os filhotes costumam se deitar assim, a não ser que a mãe esteja ao lado (quem tem mãe não tem medo, diz o ditado).
5) Dormindo no colo do tutor
A posição não é muito frequente, mesmo entre os cachorros de pequeno porte. Apesar de ser adorável ter um peludo no colo, entre os braços, é preciso convir que esta não é a melhor maneira para dormir.
Alguns cachorros, especialmente filhotes, gostam de ficar no colo quando estão com sono. Quando eles se acostumam com os tutores, passam a encará-los como os protetores; efetivamente, nós somos os pais dos cães que adotamos.
Mas a posição é incômoda. O cachorro fica espremido entre as pernas ou os braços do tutor, e os membros são constituídos basicamente por ossos, sem nenhuma cobertura almofadada para garantir o conforto.
Em geral, os cães (inclusive alguns grandões) procuram o colo quando estão sonolentos, mas preferem continuar o descanso ao lado, junto com uma almofada, ou aos pés da cama, onde podem sentir o calor – e a presença dos tutores. A posição transmite aquecimento, carinho e segurança.
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