Será preciso muito mais que incentivos para fazer o colaborador sair de casa
Eis que em março de 2020 os colaboradores se despediram do escritório para aderir ao trabalho remoto e os líderes tiveram que comandar sua equipe por meio de teleconferências. Atualmente as empresas estão recuperando o negócio, alguns colaboradores voltando ao trabalho presencial e novidades surgindo no mercado corporativo. Porém, arrisco dizer que será preciso muito mais que oferecer benefícios e incentivos para fazer o colaborador sair de casa, já que o trabalho híbrido se tornou uma realidade satisfatória imposta pela pandemia.
Comodidade, praticidade e a não necessidade de deslocamentos são impasses que levam a empresa a reconsiderar a retomada do trabalho presencial. Tem sido desafiador para o RH motivar os colaboradores a voltarem a atuar presencialmente, seja ele estagiário, jovem aprendiz ou funcionário CLT, pois se deram conta de que conseguem exercer suas atividades profissionais de casa.
Uma pesquisa realizada em 2021 pela consultoria empresarial Slack, revela que 70% dos gestores gostariam de voltar à rotina presencial, mas o desejo dos funcionários é diferente, apenas 34% deles gostariam de voltar ao escritório. No caso dos gestores, eles preferem ter o seu próprio ambiente de trabalho fora de casa e garantir a convivência com sua equipe.
Uma das tendências do pós-pandemia nas empresas, é o modelo híbrido, que mescla a ida ao escritório com atuação no trabalho remoto, e que vem se consolidando no mercado corporativo. Justamente devido à flexibilidade de horário, produtividade e gerenciamento de tempo e custos relacionados com o transporte ou imobiliário.
Por conta da mudança imposta pelo hibridismo é preciso moldar um trabalho colaborativo que possa agregar experiências positivas a todos, como por exemplo, o fortalecimento da cultura organizacional, potencializar o desempenho dos funcionários, reduzir custos desnecessários e investir em espaços abertos que facilitem o contato visual.
Salienta-se que a empresa precisa priorizar sua gestão de benefícios, priorizando produtos que motivem a retomada presencial. Como o próprio nome diz, os incentivos podem ser toda forma de incentivar a equipe, isto é, campanhas ou produtos dentro do pacote de benefícios que colaboram para o desenvolvimento e bem-estar do trabalhador. As empresas deverão caprichar nas campanhas pró- retomada ao trabalho presencial, se quiserem fazer seus colaboradores saírem de casa, e ainda assim, não será o bastante.
Outra forma de incentivar o colaborador a sair do trabalho remoto é motivar pela gestão de benefícios flexíveis, que nada mais é que a autonomia do empregado em escolher o seu próprio benefício que se tornou comum na pandemia e facilitou a retenção de talentos nas organizações. Fazer uma nova eleição desses benefícios e incluir produtos que façam sentido para a ida presencial é outro diferencial.
A pandemia intensificou a mudança em diversos âmbitos, dentre eles, está o mercado de trabalho. As empresas tiveram que se reinventar e, com isso, os profissionais começaram a aprimorar novas habilidades durante o período, como a pontualidade na entrega, trabalho em equipe, flexibilidade em termos de horário e inteligência emocional, já que passamos por tantas incertezas profissionais nos últimos dois anos.
Logo, os colaboradores puderam desenvolver novas soft skills durante o trabalho remoto e entenderam que a ida ao escritório todos os dias pode não fazer sentido para cumprir suas tarefas profissionais. Essa percepção pode colocar o nível de retenção de talentos das empresas em jogo, já que home office ou trabalho híbrido entraria como uma moeda de troca para o colaborador buscar novas oportunidades em outras empresas.
Por isso, antes das empresas pensarem em retornar ao trabalho 100% presencial, deve-se avaliar o cenário e oferecer novas alternativas para evitar queda de produtividade ou até mesmo aumento do turnover.
Seja qual for a forma de incentivar o seu empregado a voltar ao escritório, a empresa não deve descartar as necessidades do trabalhador, já que houve um processo de adaptação com as transformações digitais impostas meio que “brutalmente” pela pandemia e o desenvolvimento do senso de autosserviço.
O colaborador continua sendo um dos fatores mais importantes das organizações, e fazer com que ele deixe para trás todas as habilidades adquiridas e as adaptações durante a pandemia soa como desrespeito a sua trajetória profissional, e muito pior, como um retrocesso. Empresas, pensem, lutamos muito pelo home office, pela transformação digital, não devemos jogar isso fora só para inflar o ego dos seus gestores que querem sua equipe por perto novamente.
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