Os cinco policiais militares acusados de envolvimento na morte de Jonas Seixas da Silva, desaparecido após abordagem policial em outubro de 2020, foram absolvidos pelo Conselho de Sentença do Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, em julgamento que se estendeu até a madrugada desta quinta-feira, 14. O Ministério Público de Alagoas (MP-AL), que denunciou os policiais por sequestro, tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver, ainda não informou se pretende recorrer da decisão.

De acordo com o inquérito, Jonas, um servente de pedreiro, foi abordado pelos policiais enquanto subia em direção à sua casa na Grota do Cigano, no bairro Jacintinho, durante uma operação policial em busca de drogas. Apesar de não haver mandado judicial contra ele nem material ilícito encontrado, testemunhas relataram que Jonas foi agredido e colocado em uma viatura. Segundo a denúncia, ele foi levado a uma área de mata em Jacarecica, onde teria sofrido tortura e sido executado, com o corpo posteriormente ocultado.

A esposa de Jonas relatou que, após o desaparecimento, procurou o marido em delegacias, hospitais e no Instituto Médico Legal, mas nunca obteve notícias. O caso gerou manifestações públicas em Alagoas, com a família exigindo justiça. O advogado da família, Arthur Lira, representando o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca), lamentou a absolvição, afirmando que as provas indicavam a responsabilidade dos policiais no crime.