Na manhã desta terça-feira (17), o Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas participou de uma inspeção no Rio Santo Antônio, no município de Barra de Santo Antônio, após a imprensa noticiar uma mortandade de peixes na região. A ação foi realizada em conjunto com o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), que coletaram amostras de água em diferentes pontos do rio, incluindo locais de captação para abastecimento da cidade.

Apesar de não terem sido encontrados peixes ou crustáceos mortos no momento da inspeção, a procuradora Juliana Câmara destacou a importância da coleta de amostras para identificar possíveis danos ambientais. “O material será analisado e comparado com coletas anteriores e futuras, o que pode ajudar a determinar as causas dos episódios de mortandade”, explicou.

Bernardo Costa, presidente da Colônia de Pescadores Z-14, relatou à procuradora a dificuldade em localizar o ponto exato da mortandade divulgada nas redes sociais, mas confirmou que essas ocorrências são recorrentes, principalmente nos povoados de Caiana e Carreiras. Segundo ele, a mortandade de peixes acontece quase todos os anos na região.

Juliana Câmara solicitou que os pescadores sejam informados sobre a importância de reportar rapidamente novos casos. “A degradação do Rio Santo Antônio possui múltiplas causas, mas eventos atípicos, como a mortandade periódica de peixes, indicam que algo fora do comum está acontecendo. O conhecimento tradicional dos pescadores é essencial para complementar o trabalho técnico dos órgãos de fiscalização e permitir a recuperação do meio ambiente”, afirmou a procuradora.

O MPF segue acompanhando o caso e aguardando os resultados das análises laboratoriais para adotar as medidas necessárias, caso irregularidades sejam constatadas.