Alagoas
Residências em Craíbas sofrem com rachaduras causadas por possível impacto de atividades de mineração
Moradores denunciam danos causados de forma constante

Um recente estudo conduzido pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) expôs inquietações acerca de intensas rachaduras em residências do município de Craíbas, no agreste alagoano. Os pesquisadores Bruno Elldorf e Gilmar Pauli Dias lideraram a pesquisa, realizada entre os dias 21 e 23 de novembro de 2023, em resposta a denúncias frequentes dos moradores.
Fissuras persistentes, presentes há mais de um ano nas paredes, pisos e diversas partes das estruturas físicas das residências, inclusive em uma igreja na zona rural, foram o foco do estudo. A principal suspeita recai sobre as explosões periódicas da Mineração Vale Verde (MVV) no Povoado Serrote da Laje, localizado a 160 km de Maceió, que podem estar impactando as casas em pelo menos seis comunidades de Craíbas.
A investigação foi desencadeada após uma inspeção da Justiça Federal em Arapiraca, em 14 de novembro de 2023, em resposta a uma ação movida pela Defensoria Pública da União (DPU) em Alagoas. A visita envolveu órgãos como a Agência Nacional de Mineração (ANM), Advocacia-Geral da União (AGU), Defesa Civil Nacional, Defesa Civil Estadual e Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA).
A pesquisa abrangeu 95 imóveis em diferentes sítios na zona rural de Craíbas, com o relatório destacando áreas mais afetadas nos sítios Lagoa do Mel, Torrões, Umbuzeiro e Pichilinga. Surpreendentemente, os danos variaram em imóveis de diferentes padrões estruturais, desde casas mais antigas de taipa até construções recentes de alvenaria.
Embora a região geologicamente apresente sistemas de falhamentos e atividades sísmicas de baixa magnitude, o relevo não sugere movimentos de massa que justifiquem tais danos, conforme destacado no relatório. Contrariando as expectativas, os pesquisadores concluíram que "os danos registrados nas moradias não estão relacionados às características geológicas e geotécnicas da região, não sendo possível correlacioná-los ao padrão construtivo dos imóveis".
Diante dessas constatações, a suspeita de ação humana ganha força. A Mineração Vale Verde (MVV), em comunicados recentes à imprensa, nega qualquer relação de suas atividades com as rachaduras, assegurando práticas ambientais rigorosas em conformidade com a legislação brasileira e padrões internacionais de ESG (Environmental, Social and Governance).
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