O Ministério da Saúde (MS) divulgou que a vacina contra a dengue, denominada Qdenga, será incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2024. A eficácia comprovada do imunizante será inicialmente disponibilizada em regiões críticas em número de casos da doença e, posteriormente, em larga escala, incluindo o estado de Alagoas.

A distribuição prevista pelo MS contempla 5 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro, com as estratégias de vacinação a serem divulgadas na primeira quinzena do próximo ano. O esquema vacinal é composto por duas doses e é destinado a pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de exposição prévia.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a relevância da decisão: "O Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso. A partir do parecer favorável da Conitec [Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS], seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS."

Esperança na luta contra a dengue

O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, expressou otimismo diante do anúncio. Ele ressaltou que, além das ações de prevenção já em vigor, a vacina é mais uma forma de proteger a população: "A adição da vacina contra a dengue ao leque de imunizantes que o SUS já oferece representa um esforço do Governo Federal para ampliar a proteção e qualidade de vida de toda a população."

A Doença e os sintomas

A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é um arbovírus com quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Os sintomas incluem febre alta, dor no corpo, articulações e atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. Formas graves da doença podem envolver dor abdominal intensa, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN/MS), de janeiro a novembro de 2023, foram notificados 3.771 casos de dengue, contra 41.192 no mesmo período de 2022, e três óbitos, comparados a 21 no ano anterior.