Alagoas
Assassino cruel de cabelereira é condenado a 23 anos de prisão
Vítima foi amarrada e atingida por 16 facadas após denunciar cunhado por abuso de menor

O Conselho de Sentença da Comarca de Maragogi condenou Aldenilson Pedro da Silva a 23 anos, um mês e 20 dias de reclusão pela morte da cunhada, Poliana da Silva Tavares. O julgamento ocorreu nessa quinta-feira (27), no Fórum.
O réu confessou o crime. Na sessão, os jurados acolheram a tese da acusação e condenaram Aldenilson por homicídio qualificado (motivo fútil, utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio).
O júri popular foi conduzido pelo juiz Douglas Beckhauser. "Laudo pericial demonstrou que foram dadas 16 facadas na vítima, inclusive em diversas regiões não fatais, em execução do crime que se arrastou por horas, o que demonstra que antes de realizar os golpes que tiram a vida dela, ele causou outras lesões a fim de lhe causar sofrimento", afirmou o magistrado.
A pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado. Aldenilson não poderá apelar em liberdade e terá ainda que pagar R$ 200 mil de indenização moral aos herdeiros da vítima.
O caso
De acordo com os vizinhos da pequena comunidade, Pedro era casado com a irmã de Poliana, que tem uma filha de 10 anos do primeiro casamento. Natural da cidade de Barreiros (PE), Pedro conquistou amizades no Corre Água ao se passar por pessoa séria, evangélica, sempre a pregar nas igrejas locais; porém, constantes brigas com a esposa desacreditaram sua persona religiosa.
O conflito entre Poliana e Pedro se iniciou quando ela descobriu que ele molestava sua enteada de 10 anos, sobrinha de Poliana. Ela denunciou o caso às autoridades. Sem acreditar na história, a irmã de Poliana continuou morando com Pedro e eles se mudaram para o povoado de São Bento, também em Maragogi. Como não cessaram as brigas do casal, veio a separação; mas Pedro a reconquistou após alguns dias, garantindo que arrumara emprego e que a empresa lhe proporcionara uma casa nova mobiliada. Crente na história, a irmã de Poliana vendeu todos os seus móveis, para dar uma nova chance ao marido e irem juntos à nova residência, localizada em Maceió.
Poliana aceitou que sua irmã, sem casa, móveis ou marido, morasse com ela durante alguns dias, com os seus sobrinhos, desde que lá Pedro jamais entrasse. Com o tempo, Pedro passou a tentar reaver a amizade de Poliana, mas ela não aceitava. A esposa de Pedro, então, saiu de junto de Poliana e foi morar com uma vizinha.
Estranhamente, Poliana começou a receber áudios de Pedro, nos quais ele pedia para entrar em contato. “Oi Polly, bom-dia, paz do Senhor, é o Pedro. Polly, assim que tu puder me responder, me dá um retorno, por favor, que preciso falar contigo, viu, Polly. Deus abençoe, Polly, ‘brigado’, ‘tá.” Segundo os amigos de Poliana, ele comprou um novo chip para falar com ela, pois Polly o havia bloqueado.
No segundo áudio, Pedro diz que tem o coração apertado e que precisa falar com ela. “Mas não tem pressa, não, viu, Polly? Quando você estiver disponível aí, que você tá ocupada no estúdio aí, mas é o Pedro, viu. É um ‘zap’ novo aí, como eu estava bloqueado, aí eu liguei porque meu coração tá apertado, sabe, Polly? Eu precisava falar contigo. Quando você tiver um tempinho, você manda uma mensagem pra mim, por favor, viu, obrigado, Polly, Deus abençoe.”
Em seu terceiro áudio, Pedro diz que não queria viajar sem antes falar com ela. “Não tenho nada contra, viu Polly, pra mim você é uma benção e Jesus, Ele sabe do meu coração, que não estou mentindo e quero que você me perdoe, Polly. Qualquer coisa, porque a gente quer viajar tranquilo, sabe, Polly, sem nada contra entendeu? só isso. Deus, Ele sabe. Vamos orar, né?” Poliana Tavares não respondeu aos áudios de seu cunhado Pedro, mas mostrou às amigas e disse não acreditar em nenhuma palavra dele.
Na madrugada do dia 02 de novembro, Poliana não compareceu para fazer caminhada com as amigas, como era seu costume. Com o dia já claro, suas amigas começaram a sentir sua falta. Por volta das 10h, uma delas tentou contatá-la através de mensagem no Whatsapp, porém foi respondida de maneira estranha, com uma linguagem que não parecia ser a de Poliana.
Os vizinhos foram acionados para abrir a porta da casa de Polly, com uma marreta. A porta foi arrebentada e a moça foi encontrada amarrada, torturada e com vários golpes de arma branca. O desespero que eclodiu chamou a atenção de cada vez mais moradores. Um jovem adentrou na casa e vasculhou todos os cômodos, mas não encontrou ninguém; até que abriu uma cortina da pia, onde Pedro estava escondido.
Em um pufe que provavelmente foi rasgado por Pedro, amigos encontraram os documentos de Poliana. Ele também fez um buraco em uma cama box, com o intuito de se esconder dentro dela.
Ao ser descoberto, ele tentou evadir-se do local, mas foi alcançado pelos moradores, que o amarraram e o entregaram a policiais militares que passavam pelo local.
Pedro foi preso em flagrante. Ele alegou legítima defesa em seu depoimento.
Poliana Tavares chegou a receber socorro, mas não resistiu; perdeu a vida, por querer justiça para a sua sobrinha, estuprada por Pedro. Ela estava com a passagem comprada para visitar o Rio de Janeiro, onde conheceria o seu pai biológico, cujo contato perdera ainda criança.
O crime bárbaro de que Poliana Tavares foi vítima é mais um dos que acontece em Maragogi, que deixa a pequena cidade transtornada por pensar que tamanhas crueldades são coisa de metrópole.
Outros casos de estupro de menores estão em andamento na justiça maragogiense. A justiça continua sendo a única esperança do povo brasileiro, mesmo diante de tamanha intimidação. Os cidadãos de bem não podem calar-se. Caso saiba de qualquer caso irregular, denuncie.
*Assessoria e Maragiro Notícias
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